Simplesmente complicados
Provavelmente numa análise demasiado
simplista, tenho para mim que uma vasta maioria dos servidores públicos que
chegam ao governo são reconhecidamente inexperientes e incompetentes. Em alguns
casos não por culpa deles, apenas porque, como diria Jacques de la Palice, lhes
falta experiência e competência, que são coisas que não se arranjam num supermercado,
antes requerem mundo e oportunidade de trabalhar em exigentes condições de produtividade,
competição e assertividade. Também os há venais, mas isso requer alguma
competência e esperteza o que desde logo os retira da categoria que refiro
atrás.
Como muitos deles ascendem a lugares
que lhes conferem poder, acontece aquilo que eu reputo como uma das directas
razões do tortuoso sistema em que vivemos, sempre que o poder público se entrelaça
com os nossos interesses e com o sagrado princípio da nossa individualidade. E
depois, há, claro, o esbulho directo e violento, muitas vezes ao arbítrio de
valores que a tal incompetência, inexperiência e, como também referi,
venalidade, que nos atinge, sem dó nem piedade. A cereja no topo do bolo (eu sei
que é um cliché e que há quem goste mais de enfeites de morango, banana ou
talhadas de pêssego, mas tradição oblige) é esta pulsão que o poder gera no
governante que, incompetente, inexperiente e venal não resiste a determinar,
legislar, alinear, regular, em resumo, chatear o concidadão.
Leia-se
este texto do João Miranda. Entenderão melhor o que digo
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Etiquetas: Ai Portugal, Bom português
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