quinta-feira, outubro 15, 2015

Quem é que exclui o quê?


Invasão de propriedade privada, ameaças e destruição de bens, levada a efeito pelo Bloco de Esquerda em Silves, não há muito tempo. Em baixo, um tal Gualter Batista, com um sorriso também cativante a que os portugueses parecem ser muito sensíveis, noticiado como um dos principais responsáveis pelo crime e de quem nunca mais ouvi falar. Será que foi excluído pelo arco de governação?


[5323]

Começa a ser cansativo a intensidade e a frequência com que vários agentes da esquerda, em televisões, jornais, blogues e comentários profusos nas redes sociais, insistem na ideia de que não se pode pura e simplesmente excluir o BE e o PCP das opções democráticas. São dois Partidos com representação parlamentar e, portanto, com total legitimidade para participarem no jogo político e se intrometerem no chamado «arco da governação», expressão que a extrema-esquerda usa com o mesmo tom pejorativo com que se referem à peçonha.

Ora eu acho que é preciso pôr as coisas no seu devido lugar. Qualquer pessoa com sentido plural, democrático e cívico não exclui nada nem ninguém do lugar que legitimamente ocupam na Assembleia da República. Quem se exclui são os próprios Partidos da extrema-esquerda por ideias e actos completamente descontextualizados da nossa realidade geopolítica e da própria liberdade com que eles, manifestamente, não sabem conviver. Acresce que a generalidade dos agentes de ambos os Partidos em apreço são habilidosos e mentirosos. Eles sabem que o que dizem raramente corresponde à verdade factual, mas fazem-no com a aparente convicção de que estão a dizer e a fazer o que deve ser feito, em nome dos princípios que defendem. E para além da mentira, todos sabemos, também, que se prestam a um rendilhado de acções não democráticas e, frequentemente, ilegais. Será eventualmente muito extensa e até estulto listar muitas dessas acções, mas uma análise honesta da questão nos conduzirá a um punhado dessas acções. Algumas delas violentas e quase todas ilegais.

Portanto, chega de bater no ceguinho. Ninguém exclui nada nem ninguém. O PC e o BE é que se excluem por via da sua continuada acção e estratégia. E deviam dar-se por felizes por vicejarem num regime realmente democrático e tolerante que lhes permite (frequentemente com demasiada benevolência) dizer e fazer o que lhes dá na gana.

Vale a pena ler esta crónica do João Taborda da Gama. Além de ser uma peça de raro sentido de humor, serve para mostrar um pouco do Manifesto Eleitoral destes dois Partidos.

*
*


Etiquetas: , ,