Escala técnica para reabastecimento
Apetece dizer mil coisas sobre o que está a acontecer em Portugal
mas, conjunturalmente, não tenho tempo nem oportunidade. Confesso que nem
estímulo. Toda a gente vai dizendo o que lhe vai na alma e pouco mais se pode
acrescentar ao que já tem sido dito. Refiro-me, naturalmente, à crapulosa
conduta de A. Costa e à estratégica ideia da Esquerda vir acusando Cavaco de
ter fracturado a sociedade portuguesa. Alguém que diga às sumidades que divulgam esta ideia, indo mais longe até, sempre que o fazem, acusando Cavaco
de uma preconceituosa matriz conceptual, que quem fracturou seja o que for foi
o Partido Socialista e a sua vergonhosa conduta (carregar bem nas cores do
«vergonhosa»). Sobre isto, assim, pouco mais há a dizer. Fracturados que
estamos, resta manter o mento sereno e pensar que mais tarde ou mais cedo esta
gente vai estampar-se ao comprido, levando-nos a todos na poeira da queda. Aí
voltará o ciclo habitual de vir a verdadeira social democracia (a que agora se
chama, talvez com razão e ainda bem, de «direita) limpar os cacos e a trampa
que esta gente vai deixar pelo caminho. É o costume e sempre assim foi desde há
quarenta anos.
Já sobre a eleição (???) do Presidente da Assembleia da
República, é com mágoa e vergonha que vejo ascender ao lugar de segunda figura
do Estado um… figurão. Não no sentido da figura que se espera na presidência da
Assembleia, mas um figurão no mau sentido. Um fulano de má índole, suspeito de
mil suspeitas, semianalfabeto funcional e sem qualquer noção dos deveres e do
sentido de Estado que a figura de um Presidente da Assembleia da República deve
configurar. O homem já fez uma «discursata» idiota, própria de uma claque sem
escrúpulos e perigosa de um clube de futebol e teve o arrojo de dizer que o fez
para se defender ou vingar (falta-me o termo, estou em velocidade de cruzeiro…)
do discurso de Cavaco Silva. É o fim da picada, é o princípio da macacada.
Pela primeira vez na minha vida sinto um embaraço tremendo, vergonha
e experimento ainda um sentimento de total e lamentável desrespeito pela figura
institucional que Ferro Rodrigues vai representar. Pela primeira vez. E sendo
que por mais que uma vez essa instituição foi ocupada por membros de um Partido
em que não voto, mas que nem por isso me mereceu menos respeito. Desta vez é
diferente. Não posso, não consigo ter respeito por esta figura de banda
desenhada e responsável por várias aleivosias, graves, no seu historial. Desde as
suas cagadelas para o segredo de justiça, até às suas inenarráveis intervenções
no Parlamento.
Baixo o polegar e lamento não me estar a cagar para ele, como
ele se caga para a nossa democracia, mas prometo um sentimento de genuíno desprezo
por tão desprezível figura. O que é, naturalmente, lamentável e contra os meus
princípios de cidadania e civismo.
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Etiquetas: Ai Portugal, Ferrro Rodrigues, socialismos
2 Comments:
Estou absolutamente de acordo com o que escreveu! E muito obrigado! Não seria capaz de o expressar tão bem!
Faço minhas as palavras do antecessor. Como é que posso "roubá-las" (as palavras do autor)?
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