sábado, outubro 24, 2015

Escala técnica para reabastecimento


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Apetece dizer mil coisas sobre o que está a acontecer em Portugal mas, conjunturalmente, não tenho tempo nem oportunidade. Confesso que nem estímulo. Toda a gente vai dizendo o que lhe vai na alma e pouco mais se pode acrescentar ao que já tem sido dito. Refiro-me, naturalmente, à crapulosa conduta de A. Costa e à estratégica ideia da Esquerda vir acusando Cavaco de ter fracturado a sociedade portuguesa. Alguém que diga às sumidades que divulgam esta ideia, indo mais longe até, sempre que o fazem, acusando Cavaco de uma preconceituosa matriz conceptual, que quem fracturou seja o que for foi o Partido Socialista e a sua vergonhosa conduta (carregar bem nas cores do «vergonhosa»). Sobre isto, assim, pouco mais há a dizer. Fracturados que estamos, resta manter o mento sereno e pensar que mais tarde ou mais cedo esta gente vai estampar-se ao comprido, levando-nos a todos na poeira da queda. Aí voltará o ciclo habitual de vir a verdadeira social democracia (a que agora se chama, talvez com razão e ainda bem, de «direita) limpar os cacos e a trampa que esta gente vai deixar pelo caminho. É o costume e sempre assim foi desde há quarenta anos.

Já sobre a eleição (???) do Presidente da Assembleia da República, é com mágoa e vergonha que vejo ascender ao lugar de segunda figura do Estado um… figurão. Não no sentido da figura que se espera na presidência da Assembleia, mas um figurão no mau sentido. Um fulano de má índole, suspeito de mil suspeitas, semianalfabeto funcional e sem qualquer noção dos deveres e do sentido de Estado que a figura de um Presidente da Assembleia da República deve configurar. O homem já fez uma «discursata» idiota, própria de uma claque sem escrúpulos e perigosa de um clube de futebol e teve o arrojo de dizer que o fez para se defender ou vingar (falta-me o termo, estou em velocidade de cruzeiro…) do discurso de Cavaco Silva. É o fim da picada, é o princípio da macacada.

Pela primeira vez na minha vida sinto um embaraço tremendo, vergonha e experimento ainda um sentimento de total e lamentável desrespeito pela figura institucional que Ferro Rodrigues vai representar. Pela primeira vez. E sendo que por mais que uma vez essa instituição foi ocupada por membros de um Partido em que não voto, mas que nem por isso me mereceu menos respeito. Desta vez é diferente. Não posso, não consigo ter respeito por esta figura de banda desenhada e responsável por várias aleivosias, graves, no seu historial. Desde as suas cagadelas para o segredo de justiça, até às suas inenarráveis intervenções no Parlamento.

Baixo o polegar e lamento não me estar a cagar para ele, como ele se caga para a nossa democracia, mas prometo um sentimento de genuíno desprezo por tão desprezível figura. O que é, naturalmente, lamentável e contra os meus princípios de cidadania e civismo.

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2 Comments:

At 11:39 da manhã, Anonymous IO disse...


Estou absolutamente de acordo com o que escreveu! E muito obrigado! Não seria capaz de o expressar tão bem!

 
At 12:40 da tarde, Blogger Porto da Lage disse...

Faço minhas as palavras do antecessor. Como é que posso "roubá-las" (as palavras do autor)?

 

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