A truculência como ideologia
Este homem é malcriado. É possuído de uma truculência
permanente que se junta a uma petulância, raiva, despeito, ódio e intolerância.
A tempestade perfeita, pois, naquilo que se não deseja num homem decente e se receia
possa tornar num ser furioso. Que morda, bata, denuncie ou, se vir que lida com
alguém mais forte, pelo menos mostre os dentes e rosne.
Esta é uma imagem de marca de uma esquerda anquilosada e que
se esperaria já ultrapassada e sublimada numa atmosfera de gente civilizada,
cordata e tolerante. Voltando a Alfredo Barroso, talvez seja já demasiado idoso
para mudar. Já se notava nele muitos tiques de presença iracunda na TV e agora confirma-se nesta linguagem trauliteira, única forma de se fazer ouvir – chamar cães raivosos, ladrando, mesmo que entre aspas, não se percebendo bem porquê.
Às vezes penso que a esquerda mudou um pouco. Já não oiço
chamar cães às pessoas, ainda que Jerónimo e aquela criatura de nome Aurélio e que
gere a CGTP se esforcem por manter o registo, mas hei-de reconhecer que a
linguagem sofreu um desejável aggiornamento. Só que, caídos os cães, surgem
novas formas de petulância, como as que diariamente se registam de cada vez oiço
as lideranças do Bloco e aquela forma insolente e insuportável de dizerem o
mesmo que Alfredo Barroso diz, mas com verbo renovado. Não há cães, mas há
retrógrados, bafientos e uma tonalidade de um severo mestre-escola em tudo o
que dizem, como quando Catarina um dia destes avisou que o governo da Coligação
tinha acabado.
É a ideologia substituída por um sentimento insuportável de petulância,
ódio e pesporrência, próprio de quem não tem nada de responsável para dizer ou
de quem se está literalmente «nas tintas» para o interesse do país e mais não
saiba fazer que adoptar este tipo de atitude manipulativa. Com a agravante que
os media gostam imenso, acham graça e crescem de excitação pela modernidade da
coisa.
Se Alfredo Barroso está velho e os seus cães raivosos vão
perdendo audiência, já as Catarinas, Marisas e Mortáguas têm a vida inteira à
frente para continuarem a complicar o desejo comum de um povo simples, possuído ainda
por uma lamentável iliteracia e que merecia melhor sorte que continuar à mercê desta
rapaziada sem escrúpulos e bem mais retrógrada que o retrocesso de Marcelo. Para
usar o léxico daquela senhora que fala pelo Bloco. Como ela disse que falava.
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Etiquetas: angústias do socialismo, neo-socialistas
1 Comments:
Completamente de acordo!
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