Sôdade
Este magnífico peixe-serra, uma designação imprópria mas que
deriva de uma fileira de dentes pequenos, triangulares e acerados como uma
lâmina de barbear, é internacionalmente conhecido por spanish mackerel,
provavelmente por parecer originário do Golfo do México, mas hoje abundante em
todo o mundo, sob cerca de uma vintena de espécies.
Conheço bem este peixe
e apanhei vários, o maior dos quais levou o ponteiro da balança quase, quase, aos 40 kg e era atraído facilmente por rapala ou por pena. Nada disto é muito estranho de
contar, apenas reflecti nos muitos pescadores que vejo quase diariamente na
costa portuguesa e rejubilam com um robalo de meio quilo e na pródiga natureza
que disponibiliza comida boa e farta para muitos povos que hoje se debatem com
privações de vária índole, como a fome.
No meu caso, lembro-me que para apanhar um peixe destes eu tinha
de navegar cerca de vinte milhas para além do Clube Naval de Maputo. Não
resisti a perguntar a este homem da foto (tirada anteontem junto à residência do
embaixador do Brasil em Cabo Verde) onde é que ele tinha apanhado este exemplar,
que eu penso deva ter entre 22 a 25 kg.
- Ali em baixo, na praia.
- Na praia? Perguntei eu. Ali mesmo na praia, sem barco? E
com que isco?
- Sim, na praia. Com choco. Respondeu o homem com simpatia e
naturalidade.
Pois…
*
*
Etiquetas: coisas boas, saudade que eu gosto de ter
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home