A mesma matriz
Começa a ser exasperante a semelhança entre as perguntas feitas
pela comunicação social aos políticos e aos homens do futebol. A mesma iniquidade,
a mesma atitude mesquinha na procura incessante do supérfluo, em detrimento
daquilo que realmente interessa, a mesma impreparação e a mesma maldade.
Curiosamente, esta forma de ser, estar e actuar da nossa comunicação
social acaba por criar dinâmicas muito próprias, quais sejam a de se ir
definindo alvos que, pouco a pouco, se vão tornando em sacos de pancada à
medida das excitações dos, normalmente jovens, repórteres, ávidos das grandes
cachas. E o resultado é um rosário de perguntas palermas. E mais curioso ainda
é como essas dinâmicas acabam por aglutinar pessoas ou instituições que o bom jornalismo
entende submeter à verborreia incontida dos repórteres. Jorge Jesus e o PSD,
por exemplo, estão no mesmo saco. Qualquer vírgula de um membro daquele partido
ou bocejo de um jogador de Benfica são escrutinados em regime de permanência e
são ponto de partida para perguntas com o acinte e a verrina de Cícero do costume.
Já o PS e o FeQuêPê se equiparam na bonomia exasperante
concedida àqueles a quem tudo é permitido dizer e fazer. Não só. Citados como
exemplos de como as coisas «devem de ser».
*
*
Etiquetas: comunicação social, futebol, política
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home