sábado, setembro 21, 2013

A mesma matriz


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Começa a ser exasperante a semelhança entre as perguntas feitas pela comunicação social aos políticos e aos homens do futebol. A mesma iniquidade, a mesma atitude mesquinha na procura incessante do supérfluo, em detrimento daquilo que realmente interessa, a mesma impreparação e a mesma maldade.

Curiosamente, esta forma de ser, estar e actuar da nossa comunicação social acaba por criar dinâmicas muito próprias, quais sejam a de se ir definindo alvos que, pouco a pouco, se vão tornando em sacos de pancada à medida das excitações dos, normalmente jovens, repórteres, ávidos das grandes cachas. E o resultado é um rosário de perguntas palermas. E mais curioso ainda é como essas dinâmicas acabam por aglutinar pessoas ou instituições que o bom jornalismo entende submeter à verborreia incontida dos repórteres. Jorge Jesus e o PSD, por exemplo, estão no mesmo saco. Qualquer vírgula de um membro daquele partido ou bocejo de um jogador de Benfica são escrutinados em regime de permanência e são ponto de partida para perguntas com o acinte e a verrina de Cícero do costume.

Já o PS e o FeQuêPê se equiparam na bonomia exasperante concedida àqueles a quem tudo é permitido dizer e fazer. Não só. Citados como exemplos de como as coisas «devem de ser».

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