Com papas e bolos...
Paulatinamente, Sócrates vai regressando à vida
política. Apoiado pelos seus esbirros e beneficiado pela inépcia arrepiante
de Seguro, aí está ele, pezinhos de lã, pedindo um «encore». Ele é o tempo de
antena na RTP, ele é os «estudos» em Paris, ele é as fotos manipuladas ao
milímetro, ele é a bonomia cúmplice dos «socratistas» de serviço, ele é, mais
recentemente, o livro sobre a tortura (um tema criteriosamente adequado), com a
apresentação de Lula e sob a égide (o Expresso não explica bem esta égide, mas
o livro é «sob a égide», pronto) da Fundação Mário Soares. A tortura parece ser
o tema do mestrado de um homem que há bem poucos meses apresentava sinais
iniludíveis de trapaça da grossa na obtenção da sua licenciatura. Mas isso
agora não interessa nada, diria a Teresa Guilherme.
Neste país particular onde se misturam as elites que
recalcitram com o facto de os portugueses votarem mal, com as massas que, se
calhar, dão razão às elites, tudo se passa como as correntes eternas dos cursos
de água que acabam sempre por levar água aos moinhos que precisam dela.
Relativamente a Sócrates, e no que me diz respeito, já me choca menos o percurso
fáctico de um inescrupuloso primeiro-ministro que conduziu este país à conhecida
tragédia em que vivemos, do que a facilidade com que as pessoas vão tolerando a
possibilidade muito forte de virmos a ter esta criatura, de má memória, nos
destinos do nosso país. Faz-me uma grande confusão como é que há gente que não
quer, ou não consegue, admitir que este homem foi a causa próxima da situação
trágica em que nos encontramos. Porque os outros, a plateia do costume,
mormente ao nível da comunicação social, dá para perceber. É, enfim, o tempo
das papas e bolos. Para os tolos que todos nós insistimos em ser.
*
*
Etiquetas: coisas extraordinárias, Sócrates
2 Comments:
Meeee-do!
:)
Enviar um comentário
<< Home