É preciso ter lata
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Esta gente não presta. Pode-se dizer que fazer oposição acomoda
métodos e retórica nem sempre no conforto de um cantinho que a ética reserva
para isso mesmo – para a oposição se opor. Mas há uma linha nítida entre uma
oposição válida e sem recurso a rodriguinhos idiotas e há aquela oposição
estéril, de contradizer porque sim, quase sempre com recurso a uma semântica
que tresanda a cartilhas, ideias feitas e, sobretudo, aos delírios daqueles que
não sabem fazer mais nada.
Cá pela paróquia este é um processo recorrente e poucos
eventualmente se poderão gabar de o
fazer como os socialistas. Agressivos, truculentos, malcriados e, tristeza…,
sem substância, sem conteúdo.
Isto a propósito das considerações assumidas em registo
sério e didáctico do nosso ministro das finanças que através do seu discurso
salteado e, frequentemente, sem sequer correspondência de género ou flexão
gramatical de número, acaba por explicar ao rebanho que a reestruturação da dívida é um passo difícil e susceptível de fazer perigar a confiança dos credores. E o homem diz isto, sem se rir e, acho, convencido mesmo que está a
descobrir a cana para o foguete e a explicar o método aos papalvos.
É inadmissível. Há bem pouco tempo não havia UM socialista
que não se afirmasse na necessidade de se reestruturar a dívida, culpando o
governo anterior por não fazê-lo. Alguns socialistas, em afluxos histriónicos,
ameaçavam mesmo que era preciso "partir as pernas aos alemães" (espero que em
sentido figurado, porque o PS é especialista em partir fuças á Direita, dar
bofetadas, roubar gravadores, mandar calar polícias de trânsito e sabe-se lá se
alguma vez não se entusiasmam mesmo e começam a partir pernas aos cidadãos).
Hoje temos pela Assembleia um grupo de cordeiros que não
só já não partem as pernas a alemão nenhum, como se calam, cúmplices, sobre as diatribes
de Centeno. Não falo sequer na chamada extrema-esquerda (duvido que eles saibam
o que isso significa…) que se mantém calada, subserviente e estúpida,
dividindo-se em mandar umas bocas aos voluntariosos repórteres da nossa praça, dar umas entrevistas sobre quando o pai de alguém roubava bancos "só para chatear o Salazar" e calarem-se quando deviam dizer alguma coisa de jeito. Admitindo que conseguem,
com esforço, dizer alguma coisa de jeito.
E agora vou almoçar ao local do costume, antes que me
partam as pernas também.
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Etiquetas: aldrabões inxucionais
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