quarta-feira, maio 31, 2017

O "lixo"



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No continuado programa de maravilhas da geringonça que as TV’s vão desfiando em catadupa, dou especial relevo às notícias que são dadas pelo meu inominável primeiro-ministro em tom sério. Mesmo ameaçador, por vezes. Um exemplo, enquanto as TV’s noticiam com um ar de casualidade, dado adquirido e coisa esperada a baixa do desemprego, o défice, ou entrevistam novos empregados que regressam da diáspora para trabalhar em Portugal (juro que vi uma entrevista destas, em que o visado acabou dizendo que em Inglaterra eram muitos aqueles que, finalmente, queriam regressar a Portugal, presume-se que aqueles que Passos Coelho obrigou a emigrar…), já o primeiro-ministro aflora uma expressão que pretende séria, mesmo sorrindo aquele sorriso esquisito, e ameaçadora, quando diz que as agências de rating têm de rever a sua posição quando nos classificam como lixo. Tipo, vejam lá isso, senão perdem a credibilidade ou ainda aí mando o João Soares dar-vos umas bofetadas. A esta ameaça já se juntou Marcelo, corroborando a patética afirmação de Costa.

Já no Estoril, assisti a a um relambório consistente sobre o progresso de Portugal e a sua impressionante recuperação (um caso em que a SIC traduz “impressive” por “impressionante”, tornando “impressionante” a chico-espertice daquele grupo que Balsemão continua a pagar para tecer loas em regime de permanência a Costa e aos seus rapazes). Ela era professores, embaixadores, e até detentores de “Nobel”, tudo a jogar certinho, em losango, basculando, usando as alas, apoiando com os médios e mesmo usando o corredor central para desferir o remate certeiro final que acabava sempre num golo de belo efeito a favor da geringonça, com a nossa extrema-esquerda estrepitando palmas prenhes do “tesão” (e perdoe-se-me o "brasileirismo" do termo, mas vai bem aqui…) que o “poder” lhes está a conferir.

Logo à noite, felizmente, teremos o catastrofista Medina Carreira a arrefecer um bocadinho a coisa, nos “olhos nos olhos”. E lá nos falará da dívida, do investimento ZERO e porque é que é "zero". Ah! E era tempo de Costa e os seus sequazes deixarem de afirmar, sem vergonha, que a direita deseja a desgraça e os maus resultados do país. Pela minha parte, o que naturalmente desejo é ver esta rapaziada afastada e ser governado por gente decente, que fale português escorreito e inteligível, que não seja grotesca, turbulenta, mentirosa, truculenta e com capacidade para nos recolocar num plano de credibilidade, mérito, progresso e desenvolvimento, investimento e, sobretudo, que nos livre de estarmos sujeitos a situações cíclicas de insolvência que nos ponha à mercê de juros elevados e à dependência de outrem, de cada vez que esta trupe socialista consegue o Poder. Mesmo quando não ganha eleições.


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