Rui Pereira lembrou-se desta outra vez...
Rui Pereira: Votação? Qual votação? Hoje estou aqui para falar de regionalização...
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De vez em quando lembram-se disto. Num país de cócoras, com a sua dívida duplicada em cinco anos (cada português antes de dar a primeira mamada já deve €15.000, ouvi ontem dizer a Portas), gerido por um governo reconhecidamente incompetente e pateta, formado por um grupo de pessoas sem quaisquer qualificações profissionais que não sejam as de uma deplorável subserviência aos ditames de um Partido anquilosado pelo tempo e pela realidade dos tempos actuais, comandados por um primeiro ministro dúbio, desconfiável e envolvido numa fiada interminável de casos e episódios rocambolescos, factualmente reconhecidos pela população mas, mesmo, assim, fatalmente aceites com o espírito bovino e indiferente que nos tem caracterizado ao longo das décadas, lembraram-se, de novo da regionalização. É um pensamento recorrente, sempre que é preciso distrair a grei ou dar de beber ao ego inflado dos putativos caciques em que a sociedade é pródiga e que rapidamente tornariam este país, além de falido, ingovernável.
Não é difícil perceber o caos que se encontraria ao virar da esquina a partir do dia em que surgir mais uma camada de políticos, autarcas e regionalistas convictos, mandões, vaidosos, incultos, venais e naturalmente tendentes ao deboche, todos eles acobertados por estranhos esquemas de vida, a partir de instituições, confrarias, irmandades ou, por vezes, meros episódios de cueca.
Este homem lembrou-se agora, uma vez mais, de trazer à liça a regionalização. Ele sabe que é um tema querido e consensualizado numa vasta fatia da população que por razões várias se baba com este novo ordenamento sem cuidar sequer de saber que tipo de vantagens isso traria para um país de menos de 80.000 km2, salvo a exaltação de jargões políticos conhecidos, como a retirada dos poderes centralizados no Terreiro do Paço.
Por cada opinião como esta aqui humildemente expressa aparecem dez eminentes figuras a exercer o contraditório, alicerçados no protagonismo político e social que alcançaram e que, acham, lhes dá uma autoridade acrescida. Manejam mil argumentos para justificar a regionalização. Por mim, que não sou eminente, nem mediático, mas que me prezo de ter uma razoável argúcia na análise da nossa sociedade, acho que a regionalização seria/será o fim da picada.
Nota: Trazer este assunto à baila dias depois de ter borrado a escrita com o fiasco da votação para as presidenciais, diz bem do calibre das criaturas. Mas vai funcionando…
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Etiquetas: Ai Portugal, regionalização
2 Comments:
Não tenha dúvidas, Nelson, de que esta gente passa o seu tempo a desviar para canto. Com o que não joga, nem deixa jogar. :-S
Luísa
Mas é extremamente irritante. E reflecte bem o calibre dos nossos mandantes...
:)
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