Another day is dawning...
Baía de Maputo - Nascer do sol, 6 de Setembro de 2010. Foto de José Pepe
clicar na foto para ver melhor
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Que o hemisfério sul nos oferece o espectáculo grandioso e inesquecível dos seus céus, através da magia nas cores e contrastes do azul com o branco das nuvens em castelos de arquitectura improvável e do vermelho fogo dos ocasos e auroras já muitos de nós sabíamos. Apesar de tudo eu, que vivi o céu austral durante alguns anos e me familiarizei com a fantástica harmonia e beleza das cores e das formas sempre descobri qualquer coisa de novo. O céu é um pouco como o mar. Nós podemos sair para o mar ou contemplar o céu milhares de vezes, mas em cada uma delas há sempre um motivo diferente, um efeito que desconhecíamos, um pormenor que nos passou, como se o encenador se deleitasse em nos oferecer todos os dias um espectáculo diferente.
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Que o hemisfério sul nos oferece o espectáculo grandioso e inesquecível dos seus céus, através da magia nas cores e contrastes do azul com o branco das nuvens em castelos de arquitectura improvável e do vermelho fogo dos ocasos e auroras já muitos de nós sabíamos. Apesar de tudo eu, que vivi o céu austral durante alguns anos e me familiarizei com a fantástica harmonia e beleza das cores e das formas sempre descobri qualquer coisa de novo. O céu é um pouco como o mar. Nós podemos sair para o mar ou contemplar o céu milhares de vezes, mas em cada uma delas há sempre um motivo diferente, um efeito que desconhecíamos, um pormenor que nos passou, como se o encenador se deleitasse em nos oferecer todos os dias um espectáculo diferente.
Vi vários céus africanos no hemisfério sul. Mas lembro-me bem do céu moçambicano. E recordo que Moçambique tinha o segredo do imprevisto e do desconhecido que nos era enviado das alturas por uma energia especial, que nos fazia arrumar na gaveta ímpia das nossas convicções existenciais as mais lógicas e profanas teorias de evolucionismo e acreditar, por um momento que fosse, num deus como entidade única capaz de nos proporcionar espectáculos da maravilhosa grandeza que o céu moçambicano nos oferece. Porque vi e recordo a calmaria azul e bonançosa de um céu imaculado, tanto quanto me lembro das borrascas impiedosas capazes de destruir coisas e de matar gentes e que pareciam anunciar o fim do mundo. Vi trovoadas medonhas, quer pelos ribombar de descargas ensurdecedoras, quer pela sucessão contínua de relâmpagos que faziam da noite dia, por vários minutos seguidos. Vi ocasos e auroras. Solenes, majestosos, de magia improvável de ser cabalmente descrita, sempre pintados de vermelho de fogo e que nos faziam sentir pequeninos na nossa insignificância, perante tão magnificentes espectáculos. Por isso reparei nesta foto. Esta foto é de um nascer do sol em Maputo… onde mais poderia ser? Uma foto tirada por alguém que não conheço e a quem peço antecipadamente desculpa por abusivamente a ter publicado neste blogue. Mas «tropecei» com ela e não resisti. Uma foto lindíssima, ao que parece obtida com uma vulgar câmara e, de certeza, tirada de um ponto elevado. Basta reparar na altura do nível das águas da baía de Maputo. Por isso atrevo-me a dizer que a foto só pode ter sido tirada de um dos quartos do Polana-Mar, das traseiras de um dos prédios da Julyus Nyerere ou de varanda de uma das casas da Friedrich Engels. E reparei na foto porque, para além da sua extraordinária beleza, me recordo, com saudade, das vezes em que saía do clube naval ainda sem sol, apenas com a claridade a anunciá-lo, até obter o efeito e o cenário desta foto, já por alturas de meio caminho entre o clube e o Baixo Danae, normalmente o meu destino para pesca desportiva.
Este post reserva ainda um sentimento cúmplice pela sensibilidade daqueles que sabem ser felizes. De felicidades antigas ou recentes. Mas felizes.
Nota: Acabei de descobrir que a foto foi tirada há dias, no dia 6 de Setembro de 2010 e é de José Pepe, que eu não conheço e a quem peço desculpa pelo abuso. Se por acaso não concordar com a inserção da foto é só dizer e retiro-a de imediato.
Este post reserva ainda um sentimento cúmplice pela sensibilidade daqueles que sabem ser felizes. De felicidades antigas ou recentes. Mas felizes.
Nota: Acabei de descobrir que a foto foi tirada há dias, no dia 6 de Setembro de 2010 e é de José Pepe, que eu não conheço e a quem peço desculpa pelo abuso. Se por acaso não concordar com a inserção da foto é só dizer e retiro-a de imediato.
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Etiquetas: Moçambique, saudade
6 Comments:
Fotografia espectacular!
Também andei muito pelo Clube Naval, se calhar já nos cruzámos!!!
papoila
Tive lá o barco de 80 a 95. Coincide?
:))
Cores lindas e fortes, ações e reações magestosas da natureza, emoções fortes...uma somatória que se adicionada a periodos felizes de nossas vidas, os tornam inesqueciveis...mas não insuperaveis...:)***
Gansolina
gansolina
concordo... às vezes é uma questão de adaptarmos a imagem de um cisne ao de um ganso. No fundo, patola sempre patola :)))))))
***
...à de um ganso...só uma questão de rigor!:))))))))))))*
gansolina
Nelson,
Só agora li o teu post. Estive em 72/73 (ano lectivo).Não nos cruzámos!!:)
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