Pornografia política
Este homem não dá aulas, ao que julgo saber, há 19 anos. É o stress final! Ele parece que queria dar, mas se desse onde é que ele ia arranjar tempo para o stress dos outros?
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Há notícias que me “encanitam”, para usar uma terminologia que flui, de vez em quando, aqui pela Blogo.
Esta ideia peregrina de que os professores se “stressam” imenso é coisa antiga e deve-se quiçá aos mesmos que criaram um apropriado caldo de cultura para que o stress medre, livremente entre a classe, através de meios por demais conhecidos de eduquês, politicamente correcto, novas correntes e práticas pedagógicas, posicionamento do aluno, dos pais e encarregados de educação, facilitismo na aprendizagem, instilação de ideologias apropriadas ao desejado homem novo (que há-de morrer de velho), aplicação de pedagogias correctas e toda uma parafernália de elementos que tornam a vida quase impossível aos professores e que vão, alegremente, fabricando inaptos e ignorantes.
Mas, nada disto é muito diferente do que se passa noutras classes profissionais… outras que não têm tantas férias como os professores, nem regalias, progressão de carreira e, pasme-se, nível de salários. Como se cabe, os professores são uma das raras classes profissionais que, em matéria de salários, não devem nada à média europeia. É uma questão de se informarem, lendo jornais e blogues. E nas outras classes profissionais encontram, de certeza, muito quem deva ao exercício do seu mister fortes razões de stress. Não têm é Mários Nogueiras. Experientes, militantes, calculistas e inteligentes.
Esta notícia tresanda. Pelo oportunismo que revela e pelo desrespeito obsceno por muitas outras classes trabalhadoras. Pura pornografia política. Os professores fariam uma boa figura se se demarcassem em definitivo deste senhor Mário Nogueira. Mas, ao que parece, sabe-lhes bem apanhar uma boleia aqui e ali…
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Etiquetas: a mim já nada me espanta, É o stress, fenprof, professores
5 Comments:
Esse senhor é um dos muitos mistérios deste País...
Pelo que leio e vejo nos telejornais, acho-o um manipulador e não compreendo como vão atrás dessa cabeçinha pensadora.....
O nosso "amigo" Sousa Tavares também "gosta" muito dele :), fartou-se de afirmar que esse SENHOR NÃO TINHA A MENOR IDEIA DO QUE ERA ESCOLA, UMA VEZ QUE POR LÁ NÃO PASSAVA FAZIA MUITO TEMPO...
Meu caro e mui excelso amigo:
Desta vez, não posso concordar contigo. E tenho pena!:)
Não no que concerne, obviamente, ao dito Nogueira (caladinho, fazia um vistaço!), mas ao que comentas quanto aos professores.
Na verdade, não são os mais bem pagos (vê documento da OCDE) - mas basta-te ir aqui à nossa vizinha Espanha e verificarás que los nuestros hermanos ganham quase o dobro.
Depois, essa das férias já foi chão que deu uvas. Estas mirraram, murcharam, apodrecerem e já não dão sequer para vinho carrascão, o que fará para deglutir.
A vida dos professores não está fácil, posso garantir-to! Tal como não o estará a vida da maioria dos trabalhadores de Portugal. Mas isso não obriga a que se estabeleçam comparações entre os mesmos. Isto é, ou se fala de todos... ou de nenhum!
Agora, colocar os professores como uns privilegiados do sistema, não só não é verdade, como se me afigura injusto.
Falando apenas por mim:
Deveria estar, em virtude do tempo de serviço, habilitações e cargos desempenhados, no topo da carreira. Mas, o facto é que não estou!!! Ao invés, fiquei "paradinha" no penúltimo escalão desde 2004 (e olha que 6 anos é muitoooooooo tempoooooooooo e representa muitooooooooo dinheiro que... não recebi), dificilmente ascenderei (ainda por cima não tenho os dotes da Virgem Maria) ao último escalão (muito menos aos Céus), de onde se retira que tenho a carreira congelada (e provavelemente, dado que estou velhota, já passei o prazo de validade), sem auferir qualquer aumento, desde 2004. Como se não bastasse, dois anos e quatro meses, destes 6 anos, não contarão para absolutamente nada, porque o (des)governo assim o decidiu. É como se durante um período ainda lato (precisamente 2 anos e 4 meses) tenha estado a catar piolhos à porta dos congregados: não servem para progressão nem para coisa nenhuma. Em que outra classe profissional se vê tamanha perfídia?
Em resumo: ganho exactamente o mesmo que há 6 anos atrás e não vejo como (nem onde) subir o ordenadito. É que, como tens visto (e "óbisto") através dos meios de comunicação social, quem vai pagar a crise são... os funcionários públicos!De novo, sem aumentos, carreiras e ordenados congelados (não é que já não estejamos habituados ao frigorífico do sistema)
PortantoS, somos nós (os mesmíssimos) quem vai tirar do bolso para dar a estes cretinos que o gastaram em comezainas, frota nova de carros, almoços, 350 funcionários às suas ordens, viagens pagas (veja-se a "nossa" Inês de Medeiros. Tadinha, temos que compreender a piquena, TEM que ir a Paris todos os fins de semana arrumar a casa e deixar a lista das refeições para a crias)e outras tantas coisas que me dispenso de citar, mesmo porque temo não caberem no teu estimado blogue.
Que admirável mundo novo!
Um dia destes, emigro para o arquipélago de Gullag!
Nota (recuso-me a escrever PS) - Acredita que os professores são vítimas, não carrascos. O grande mal (ou bem, para quem não tem que passar por essa provação) é que muitos não têm que ir todos os dias para uma escola pejada de criaturas que estão lá dispostos a tudo menos a aprender (veja-se o caso do professor que se suicidou).
Porque se fossem, talvez... "de repente, vissem o mundo"!
E entendessem melhor esta classe que tem vindo a ser tão maltratada. A mesma que, em condições muito adversas, ensinou a ler, escrever, pensar... o povo deste país.
Um bocadinho de gratidão (só um niquinho!:) não faz mal a ninguém!
Nota 1 - então, meu bom Nelson, ando eu a escrever "bersinhos" no teu "vlogue", num esforço hercúleo de criatividade (::)), e tu "nem água vai, nem água vem"???!!!
INGRATOOOOOOOOOOOOOOOO! TRAIDORRRRRRRRRRR! Ou como dizia uma das minhas irmãs quando pequenita e queria ser verdadeiramente ofensiva: mau, antipático, pintalgado! :)) (sempre foi terrível, esta mana!:)
veijos velos, bociferantes e vrilhantes
Euzinha, moi même
papoila
Para mim não é mistério nenhum, papoila - É um exemplo acabado de como o sindicalismo funciona em Portugal...
Li de Queiroz
Eu não disse que a actividade dos professores estava ausente de factores de stress. Nem que não é uma classe profissional digna. Só disse que esta movimentação política de Mário Nogueira se inscreve na linha habitual da sua estratégia e que acho oportunista a forma como muitos professores apanham o comboio deste senhor. Quanto às regalias e carreiras dos professores, incluindo os salários, eu limitei-me a referir aquilo que é do conhecimento geral - que o os professores têm a menor divergência de nível salarial em relação à Europa, quando comparados com outras classes. E ainda que há um punhado (grande) de profissões tão ou mais stressantes que a dos professores.
Um beijinho para ti, minha professorazinha preferida :)))
Oh Espumantezinho, com tantas regalias, tantas férias, e vencimentos de sonho até me espanta que não seja a profissão preferida de Portugal. Já estou a imaginar as criancinhas todas mal aprendam a falar a dizer: "Quando fô gande queo ser pofessor"
Bjs meu encanitado amigo
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