segunda-feira, outubro 12, 2009

Até à próxima

[3401]

Na onda socialista que nos vai gradualmente submergindo, o PS renova razões para estar satisfeito. Ganhou votos, ganhou câmaras e os portugueses parecem definitivamente rendidos à rosa socialista. Assim sendo, pouco há que dizer. É o sufoco completo. Provocado por uma eficiente campanha de propaganda. Portugal enleou-se numa estranha forma de submissão a um partido que poucas razões nos dá de satisfação e isso que seja explicado por quem percebe do assunto, se ainda restar alguém que o consiga explicar. Um fenómeno de conjugação de factores e de pormenores aparentemente despiciendos releva o Partido Socialista de um conhecido lote de acções danosas para o país e isso faz com que as pessoas verberem com veemência actos condenáveis de várias pessoas e ignorem em absoluto inúmeros motivos de suspeição e crítica que deveriam condicionar personalidades do Partido Socialista, que continuam alegremente a passar incólumes por entre matéria factual.

A comunicação social colabora activamente neste desiderato (esta cábula do Portugal dos Pequeninos ajuda) através de uma acção que é difícil de definir e de uma forma em que ela própria parece acreditar. Gerou uma indisfarçável sanha ao PSD e crucificou figuras sem razão aparente. Ainda ontem, num programa execrável e sem qualquer centelha de mérito e que dá pelo nome de «Eixo do Mal» (apreciaria bastante que alguém me desse uma ideia das audiências deste programa) se entregou de alma e coração a uma operação bizarra de emulação do Partido Socialista e chacota grosseira ao PSD. De onde sobressai, «claramente» a senhora Ferreira Alves, de jugular inchada e olhos a quererem saltar das órbitas, sem que se chegue a perceber bem porquê, Daniel de Oliveira, em jeito intragável, também se entregou a um exercício de crítica a Santana Lopes sobre a teoria dele, Santana, de transferência de votos da CDU para o PS para depois, ele próprio, Daniel Oliveira, se perder em explicações sobre a transferência de votos do Bloco para o PS. Noutros palcos e noutras estações o tom era mais ou menos o mesmo, ainda que revestido de alguma pretensa elegância como acontecia na SIC-Notícias, apesar de Bettencourt Rodrigues lhe saltar o pé para a chinela com mais frequência.

Enfim, ciclo completo por uns tempos, resta aguardar que não caminhemos alegremente para o abismo, apesar de, no fundo, percebermos que caminhamos para o abismo há várias décadas e nunca termos acabado de cair do penhasco. Falando ainda das autárquicas, uma nota final para:

1 – A elegância e dignidade de Pedro Santana Lopes no discurso da derrota. PSL terá feito a sua melhor campanha de sempre;
2 – O fim da era da fugitiva Fátima e do truculento Avelino;
3 – O trovejante Valentim, que já começou a ralhar com toda a gente outra vez;
4 – As derrotas merecidas de Ana Gomes e de Elisa. Uma volta para a gamela de Bruxelas. Outra parece que fica a «verear» em Sintra. Não gabo a sorte de Seara. Mas é a vida.
5 – A derrota confortável de Pedroso em Almada;
6 – A quantidade de Câmaras comunistas que ainda existem em Portugal;
7 –A vergonha que eu já sinto com a actuação das empresas de sondagens. Começa a ser pornográfico (Santana, ontem, chegou a estar a quinze pontos de Costa....);
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14 Comments:

At 12:46 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

"Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto"
O terceiro programa da SIC-N com maiores audiências. Os outros dois são de desporto.

 
At 12:47 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

"apreciaria bastante que alguém me desse uma ideia das audiências deste programa"
O terceiro programa da SIC-N com maiores audiências. Os outros dois são de desporto. Assim é que é.

 
At 1:33 da tarde, Blogger esse.antonio disse...

Parece que, segundo li, a Ana Gomes vai ficar com os 2 tachos: vereadora em Sinta e deputada em Bruxelas. Será possível?

 
At 3:10 da tarde, Anonymous António de Almeida disse...

Um líder forte procura congregar todos à sua volta, a liderança do PSD eleita por 1/3 do partido procurou sempre o inimigo interno, excluiu adversários, o que é próprio de lideres fracos, não foi sempre assim ao longo da História? Será que pouco mais há a fazer ou deve o PSD olhar bem para dentro de si próprio? Claro que também podem reclamar vitória, afinal ainda têm mais autarquias, refugiarem-se na legitimidade que possuem para continuar à frente do partido, afastarem todos os que sentem como ameaça, enterrarem a cabeça na areia e continuarem de derrota em derrota, ficam com a verdade e a razão que julgam lhes assiste, seja lá isso o que for, mas continuam sem o país que há muito lhes virou costas...

 
At 3:41 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Anónimo
Agradeço a informação

 
At 3:42 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

ASG

Sinceramente não sei se é possível, mas também não sei se ela o vai fazer.

 
At 3:54 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 4:00 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

António de Almeida

O post pode deixar a impressão (errada) que estou a escamotear a «crise» do PSD. É errado. O que me aflige e sufoca é esta «socialice» em que o país parece mergulhado e que é levado a extremos absolutamente impensáveis. Ocorre-me, por exemplo, mesmo só a título de exemplo, a falta de nível de uma jornalista qualquer (que de uma jornalista qualquer se tratava...) perguntar insistentemente a Santana Lopes o que é que ele andava a fazer por ali, vindo cá fora tantas vezes. Será que ia à cada de banho?
Esta fulana, que de uma mulher se tratava, não perguntaria o mesmo a Sócrates, de certeza absoluta. Por um lado pelo respeitinho subconsciente que jaz nestas cabecinhas licenciadas numa comunicação social formatada a um país socialista. Por outro, porque a fulana (a jornalista, a malcriada) ao fazer perguntas destas revela estar envolvida numa dinâmica de maledicência de que nem ela se apercebe, despertando-lhe perguntas idiotas, em prejuízo do essencial, do que realmente interessa. Faz a pergunta e à noite vai para a cama contente da silva, porque fez uma pergunta difícil a Santana Lopes.
De resto, não me interprete mal. Não estava a fazer a apologia da campanha do PSD. O PSD esteve mal e indecorososo. As declarações de Passos Coelho por exemplo foram idiotas e as de Meneses foram, no mínimo, obscenas. Talvez por isso e depois de ouvir a declaração de derrota, eu tenha achado que Santana Lopes foi digno, educado e elegante.

 
At 7:52 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

Só quero dizer que tens uma surpresa! Por favor vai lá ver...
Tal como prometi, não é uma são duas!
Mais logo venho aos comentários.
xx

 
At 11:45 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

Olá,
Começo por ficar muito contente com o facto de o Pedroso ter perdido.Foi uma novidade para mim!
"O Eixo do Mal", quando começou até era engraçado estava lá o Júdice com o seu sentido de humor muito subtil e que ia dizendo umas piadas certeiras com toda a calma sem utilizar a jugular... enquanto a Clara se ia pegando ora com uns, ora com outros! Muitas vezes mal o deixavam falar e quanto a mim ele fartou-se!!! Depois, também lá esteve o Pedro Mexia, outro talentoso que se fartou.... e agora já não os vejo desde o ano passado porque as discussões ,as raivas e os ódios estragaram o programa.
Quanto ao Valentim...ficou tudo dito e visto esta noite nos Gato :):)

 
At 8:17 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

papoila

Um beijinho e obrigado pelas referências :)

 
At 11:19 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

1- Santana Lopes - Culpar as sondagens pela derrota NÃO É ELEGANTE e só revela mau perder (Estes argumentos mesquinhos são mais utilizados no futebol, quando se culpa o árbitro pelo mau resultado). No entanto, as sondagens não davam a maioria absoluta a António Costa e esta acabou por acontecer, pelo que as sondagens até foram "simpáticas" com Santana Lopes. Ele só tem que se queixar de si próprio.

Também é de uma grande FALTA DE DIGNIDADE ter dito numa entrevista, anterior à campanha eleitoral, que " nunca seria Vereador". No entanto ( e no seu melhor, de político habilidoso) no discurso de derrota já diz que está inclinado para ser Vereador. As imagens que passaram no Gato Fedorento a 12 out comprovam este facto

 
At 2:19 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Anónimo das 11:19 AM

Tresler o post ao ponto de interpretar que eu disse que Santana Lopes perdeu por causa das sondagens é, no mínimo, deselegante, para usar o seu léxico. E, com este premissa, o anónimo vai-me dispensar de responder a qualquer outra das suas «tresleituras». Ficamos assim, está bem?

 
At 2:40 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

As declarações "muito imaginativas" de Santana Lopes é que falam de "manipulação,...condicionadoras do jogo democrático... , bla´, blá....". Também gostava de saber como é que as sondagens no dia das eleições ou então, a 3 horas do fecho das urnas, podem influenciar o voto dos Lisboetas (é que os eleitores não têm acesso a essas sondagens). Também Santana Lopes errou no resultado. Ele perdeu com 5,32% de diferença( e não 4,5%) Se ele se engana quando há resultados reais, parece-me irreal desejar que as sondagens sejam "cirúrgicas" e sem margem de erro. Isto tudo parece mesmo é MAU PERDER.
ver no site sobre as eleições do SAPO

Lisboa, 12 Out (Lusa) - O candidato derrotado do PSD a Lisboa, Santana Lopes, insurgiu-se hoje contra as "inaceitáveis" diferenças entre sondagens e resultados apurados, que afirmou serem "uma vergonha" para a democracia.

"Não está em causa menos respeito pela vitória de quem ganha, mas é uma vergonha para a democracia portuguesa que na mesma semana de eleições, no próprio dia das eleições, a três horas da contagem dos votos, se dêem doze por cento" de vantagem à candidatura socialista, que acabou por ganhar com uma vantagem de cerca de 4,5 por cento.

"Isto não pode de todo continuar", afirmou, apelando a que "Presidente da República, Assembleia da República, Governo e cidadãos" procurem "um caminho para evitar estas manipulações repetidas, reiteradas, sistemáticas, condicionadoras do livre jogo democrático".

 

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