terça-feira, outubro 06, 2009

There are nine million bycicles in Beijing


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Percebi, segundo o amigo António Torres, que uma das preocupações de Helena Roseta é alargar a faixa bus em um metro, pondo-o ao serviço das bicicletas que todos nós, idealmente, deveríamos e poderíamos usar.

O problema desta gente correcta é que acorda todos os dias pensando como é que há-de chatear os cidadãos que se levantam todos os dias com preocupações bem mais apropriadas à vida comum do homem comum, disparando hipérboles de conteúdo idiota mas que lhes fica bem com a linhagem do politicamente correcto que decidiram adoptar como forma de vida.

Pensar em formas de amenizar a utilização do automóvel como meio de transporte indispensável numa sociedade moderna, sobretudo numa cidade como Lisboa em que dificilmente se pedala mais de quinhentos metros sem nos aparecer uma íngreme ladeira, equacionando os horários de distribuição e descargas, disciplinando o estacionamento nas ruas (e não me perguntem como, que não sou técnico, mas havia uma ideia segundo a qual a vinda de um vulgar agente de trânsito londrino no-lo ensinaria), aumentando o parqueamento em altura (já agora com suficiente espaço de manobra de entradas e saídas) e planeando vias de comunicação que assegurem o escoamento dos veículos em vez de perorarem sobre os malefícios de pontes que só aumentam o tráfego automóvel, seria uma atitude mental muito mais profícua do que debitar tiradas politicamente correctas como esta do metro extra para as bicicletas.

Tenho para mim que este tipo de tiradas remete para quadros de difícil definição mas que, segundo os quais, algumas pessoas se acham no dever e no direito de zelar por todos nós, para isso contribuindo com dislates, escorados, frequentemente, em pura idiotia e narcisismos indisfarçáveis. Mas o que é verdadeiramente grave é que o povo, sempre ele, gosta e aplaude. O povo gosta destas coisas, sobretudo se em cada uma delas está implícita, de forma mais ou menos camuflada, um ataque aos ricos que têm automóvel. O que se passa é que hoje há mais carros de pobres que de ricos e poucos se apercebem disso. E, portanto, aplaudem tiradas estultas como esta da Helena Roseta. Siga a dança!

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2 Comments:

At 6:27 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

Sim, andar de bicicleta em Lisboa é o sonho de qualquer português!

 
At 9:39 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Papoila
Eu também acho, Papoila. Ou um burro. Imagina que o burro tinha ganho a corrida e que António Costa oferecia burros, em vez de oferecer bicicletas. :)

 

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