Razões ecológicas
[2187]
Tenho normalmente acordares pacíficos de alma, de corpo nem sempre, mas estes últimos são, até, aquilo que eu consideraria uma benfeitoria da alma porque no fundo, tudo junto e somado, acordo pacificamente. Penso até que acordar pacificamente é um direito inalienável de um cidadão que passa os dias em marés revoltas e se não for a pacificidade do despertar como compensação, corremos todos o perigo de, pacificamente, irmos para a um hospício, onde é tudo menos pacífico. Penso que é pacífica esta discussão.
Pacífico é igualmente um vocábulo muito usado na nossa língua. De cada vez que um cliente nos paga a tempo e horas, trata-se de uma decisão pacífica conceder-lhe crédito. Tal como é pacífico pagar aos fornecedores o mais tarde possível, porque é assim que somos ensinados e tenho a certeza que ordenar pagamentos dentro das condições de prazo espoleta reacções tudo menos pacíficas por parte de administrações nem sempre pacíficas. Outro exemplo recente é a renúncia de Jardim Gonçalves. É pacífico perceber que ele sai, mas não é bem sair, sai mas não sai, é cliente, é accionista, o banco que se porte bem senão a pacífica decisão pode tornar-se em tormenta. O homem desata a falar ainda mais alto que o Joe Berardo.
É pacífico perceber que eu já nem sei bem o que queria no princípio do post mas tinha a ver com acordares pacíficos. E acabo de me lembrar que nem sempre isso acontece. Hoje, por exemplo, entre abrir um olho e o outro, esticar as pernas para estalar as dobradiças e arrumar nos cantinhos da fantasia as fadas, os anjos, os duendes e as cores do arco-íris que por vezes nos visitam no sono dos chamados justos, ouvi uma notícia atabalhoada sobre sacos de supermercado. Só destrincei "cinco cêntimos cada saco", o "governo decidiu", os "ecologistas", "supermercado", "ambiente", tudo isto na restolhada das fadas e anjos a recolherem a penates. E não é que dou comigo a fazer contas de cabeça? Não é que mesmo antes de activar as meninges como deve ser, começo a multiplicar 10.000.000 de habitantes por 1.000 (que é o número de sacos que eu acho que um cidadão gasta por ano) dá 10.000.000.000 de sacos, 10.000.000.000 de sacos a €0,05 é igual a 5.000.000.000 de cêntimos. 5.000.000.000 a dividir por 100 é igual a €50.000.000.
Convenhamos que pensar isto tudo a acordar é obra, que isto parece mais é um post do JCD ou do João Miranda a fazer contas lá no Blasfémias. Na repetição da notícia, ouvi a RTP dizer que a taxa é por razões ecológicas. Portanto, logo portanto por conseguinte, 50 milhões não resolvem o défice, mas acho que dá para salvar algumas abetardas e maçaricos de bico comprido (não sei o que acontecerá aos maçaricos de bico curto, presumo que deve haver maçaricos de bico curto, apesar de só ouvir em maçaricos de bico comprido, acho graça porque depois passa-se a vida a dizer que o tamanho não conta e assim, mas é sempre os maçaricos de bico comprido que merecem os favores dos media. Já agora, foi preciso eu mudar-me há seis anos para uma Rua do Maçarico para saber que maçarico era um pássaro, e isto porque no meu bairro as ruas têm todas nomes de pássaros, cá para mim maçarico era uma daquelas coisas que servem para soldar e arrombar cofres de bancos nos filmes do Bruce Willis, e agora vou fechar o parêntesis e não sei onde é que ia… já vi). Além do bom aspecto que isto dá. Os portugueses contribuem com €50 milhões para fins ecológicos.
Resta dizer que o Pingo Doce já se cobra de €0.02 por cada saco. Sobre os dois cêntimos incidem não sei se 5 se 21% de IVA. Acresce agora um aumento de 150%. Mas como é para os tentilhões do governo (não era bem isto que eu queria dizer, é que estava a falar de abetardas e maçaricos e saiu-me os tentilhões…), dos maçaricos do governo… também não era isto, não há nada a fazer… como é para aquela gente que nós votámos (eu não votei, mas a maioria votou), tudo bem. Podiam era dar a notícia mais tarde, porque eu gostaria de continuar a ter acordares pacíficos sem vontade de atirar com um saco de plástico (com uma bola de canhão lá dentro) ao televisor.
Tenho normalmente acordares pacíficos de alma, de corpo nem sempre, mas estes últimos são, até, aquilo que eu consideraria uma benfeitoria da alma porque no fundo, tudo junto e somado, acordo pacificamente. Penso até que acordar pacificamente é um direito inalienável de um cidadão que passa os dias em marés revoltas e se não for a pacificidade do despertar como compensação, corremos todos o perigo de, pacificamente, irmos para a um hospício, onde é tudo menos pacífico. Penso que é pacífica esta discussão.
Pacífico é igualmente um vocábulo muito usado na nossa língua. De cada vez que um cliente nos paga a tempo e horas, trata-se de uma decisão pacífica conceder-lhe crédito. Tal como é pacífico pagar aos fornecedores o mais tarde possível, porque é assim que somos ensinados e tenho a certeza que ordenar pagamentos dentro das condições de prazo espoleta reacções tudo menos pacíficas por parte de administrações nem sempre pacíficas. Outro exemplo recente é a renúncia de Jardim Gonçalves. É pacífico perceber que ele sai, mas não é bem sair, sai mas não sai, é cliente, é accionista, o banco que se porte bem senão a pacífica decisão pode tornar-se em tormenta. O homem desata a falar ainda mais alto que o Joe Berardo.
É pacífico perceber que eu já nem sei bem o que queria no princípio do post mas tinha a ver com acordares pacíficos. E acabo de me lembrar que nem sempre isso acontece. Hoje, por exemplo, entre abrir um olho e o outro, esticar as pernas para estalar as dobradiças e arrumar nos cantinhos da fantasia as fadas, os anjos, os duendes e as cores do arco-íris que por vezes nos visitam no sono dos chamados justos, ouvi uma notícia atabalhoada sobre sacos de supermercado. Só destrincei "cinco cêntimos cada saco", o "governo decidiu", os "ecologistas", "supermercado", "ambiente", tudo isto na restolhada das fadas e anjos a recolherem a penates. E não é que dou comigo a fazer contas de cabeça? Não é que mesmo antes de activar as meninges como deve ser, começo a multiplicar 10.000.000 de habitantes por 1.000 (que é o número de sacos que eu acho que um cidadão gasta por ano) dá 10.000.000.000 de sacos, 10.000.000.000 de sacos a €0,05 é igual a 5.000.000.000 de cêntimos. 5.000.000.000 a dividir por 100 é igual a €50.000.000.
Convenhamos que pensar isto tudo a acordar é obra, que isto parece mais é um post do JCD ou do João Miranda a fazer contas lá no Blasfémias. Na repetição da notícia, ouvi a RTP dizer que a taxa é por razões ecológicas. Portanto, logo portanto por conseguinte, 50 milhões não resolvem o défice, mas acho que dá para salvar algumas abetardas e maçaricos de bico comprido (não sei o que acontecerá aos maçaricos de bico curto, presumo que deve haver maçaricos de bico curto, apesar de só ouvir em maçaricos de bico comprido, acho graça porque depois passa-se a vida a dizer que o tamanho não conta e assim, mas é sempre os maçaricos de bico comprido que merecem os favores dos media. Já agora, foi preciso eu mudar-me há seis anos para uma Rua do Maçarico para saber que maçarico era um pássaro, e isto porque no meu bairro as ruas têm todas nomes de pássaros, cá para mim maçarico era uma daquelas coisas que servem para soldar e arrombar cofres de bancos nos filmes do Bruce Willis, e agora vou fechar o parêntesis e não sei onde é que ia… já vi). Além do bom aspecto que isto dá. Os portugueses contribuem com €50 milhões para fins ecológicos.
Resta dizer que o Pingo Doce já se cobra de €0.02 por cada saco. Sobre os dois cêntimos incidem não sei se 5 se 21% de IVA. Acresce agora um aumento de 150%. Mas como é para os tentilhões do governo (não era bem isto que eu queria dizer, é que estava a falar de abetardas e maçaricos e saiu-me os tentilhões…), dos maçaricos do governo… também não era isto, não há nada a fazer… como é para aquela gente que nós votámos (eu não votei, mas a maioria votou), tudo bem. Podiam era dar a notícia mais tarde, porque eu gostaria de continuar a ter acordares pacíficos sem vontade de atirar com um saco de plástico (com uma bola de canhão lá dentro) ao televisor.
.
Etiquetas: bloggers, eco-religião, política, PS
8 Comments:
Cá para mim estavas a sonhar com tentilhões
:D
IL
Eu também pensei fazer um post sobre esta coisa dos 5 cêntimos nos sacos de plástico, mas tinha a certeza que tu davas melhor conta do recado. A mim jamais me ocorreria essa coisa dos tentilhões. Por acaso até pensei numa palavra terminada em ões, mas era outra. Começava com C, vê lá tu! beijinhos
O ano passado, alguns supermercados em Bruxelas anunciaram o fim dos sacos de plástico ... e começaram a cobrar 5 cêntimos (ou seria 1 cêntimo? já nem sei ...) por cada saco plástico ... o IKEA, por exemplo, há muito tempo que cobra pelos sacos plásticos! ... creio que não foi imposição governamental (também, não é agora que vão resolver esse dilema, dado que Governo é coisa que lhes falta) e portanto não resultou ... quer dizer, o IKEA continua firma na sua atitude ecológica ... mas, no que toca aos supermercados, não resultou ... nem todos os supermercados aderiram, e portanto os que iniciaram o movimento foram desistindo ... sem grande alarido ...
... estou a ver que agora alastra-se aos alunos bem comportados da UE! mas por decreto!
... e acho muito bem! toca a pagar pelos saquinhos de plástico!
Beijinhos, verdes,
Sinapse
Oh...já imaginaste o regresso daqueles carrinhos de pano girissimos??? Eu cá já me estou a imaginar ao domingo á tarde( sim..porque é Dezembro e as grandes superficies não fecham) a desfilar com um desses "veiculos", quem é gira não precisa dos sacos:)))
Beijo, estou meia "pirilutada"
IL
Não, estava a sonhar contigo mas depois acordei com aquela coisa dos cinco cêntimos e meti o sonho no saco. De plástico, bem entendido
:)
Azulinha
Agradeço penhorado a tua confiança. E já reparaste que hoje não me enganei?
Beijinho
Sinapse
A mim o que verdadeiramente me choca é pagar para andar a fazer publicidade a uma grande superfície qualquer.
Mas está tudo resolvido. O Belmiro de Azevedo já disse que não queria que se pagasse...
:)
Alexia
Cá para mim querias dizer pirolitada e saiu-te pirilutada. Meteste as letras do pirolito num saco de plástico e ficou tudo misturado. E tens razão. Mulher bonita não precisa de saco
:))))
Enviar um comentário
<< Home