O golpe escafedeu-se...
O PT brasileiro sofreu uma (merecida) derrocada nas recentes
eleições autárquicas.
Independentemente do cariz higiénico da coisa, repugna-me
lembrar a quantidade de gente que se fartou de berrar por aqui de que o Brasil estava
a ser alvo de um golpe. As nossas “blocas”, então, desdobravam-se em adjectivos
violentos sobre a coisa e pouco faltou, se faltou, para compararem a destituição
de Dilma a um vulgar golpe de estado “à la Coronel Tapioca”. A utilização de
gente ilustre do país irmão, onde não faltou na primeira linha um respeitável Chico
Buarque, foi igualmente notória e, como sempre, a aposição de intelectuais,
poetas, artistas, escritores e correlativos, de resto com uma apreciável claque
portuguesa, enfeitava o tropel desenfreado dos denunciadores dos golpistas.
Os resultados estão aí. E se as nossas "blocas" e companhia tivessem
um pingo daquela vergonha que a Mortágua diz que temos de perder para ir buscar
dinheiro aos ricos já deveriam ter-se prestado a um acto de contrição, que só lhes
ficava bem. Mas não prestaram. É como se nada se tivesse passado. De resto, muito
à semelhança do que aconteceu com a pulverização do PS espanhol onde, por uma
vez, surgiram alguns socialistas dignos que mandaram Sanchez dar uma volta ao
bilhar grande. Uma coisa que os socialistas portugueses não conseguiram
fazer com Costa. E não terá sido por falta de mesas de bilhar. Quem sabe, por falta de
tacos.
O avacalhamento de Lula também traz um morno conforto a
todos aqueles que continuam a ter de aturar estes aventureiros que vão saindo
ao caminho, usando a boa-fé do tal povo para os meter em experiências tipo Venezuela
ou Bolívia. Só lamento que esse avacalhamento seja tão mais lento aqui em
Portugal.
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Etiquetas: autárquicas brasileiras, brasil, PT
1 Comments:
Trés bien...
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