Faltava esta...
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A esquerda não pára quieta. Nem perde uma. De repente faz
uma série de descobertas sobre Madre Teresa de Calcutá e aí vai disto. Veste
uma T- Shirt do Che, faz uma oração (silenciosa, em respeito pela sua laicidade)
por Chávez e pela defunta (?) FARC, manda uns vivas aos remanescentes Maduro,
Morales, Castros e Jungs e vem para as redes sociais gritar aqui d’El Rei que Teresa
não tinha nada que ser beatificada e muito menos canonizada.
Do que li por aí ainda fiquei à espera que Teresa tivesse
tido um romance adúltero com um patrício que tivesse encontrado na selva, um
caso com um padre que lhe tivesse aparecido debaixo duma Baniane e, sob a fresca
folhagem da árvore, tivesse dado uma pecaminosa queca avulso, enquanto puxava uma passa. Que tivesse mandado umas
chapadas num puto. Que tivesse roubado uma treta qualquer ou, em última análise, que tivesse soltado
umas imprecações e invocado o santo nome de Deus em vão… sei lá, um pecado
qualquer que toldasse a sua candidatura a santa. Nada disso, o mais grave que
consegui ler por aí e traduzo livremente, foi
«…o que realmente surpreende na beatificação de uma mulher que adoptou para
si própria um estilo de “Mother” Teresa é a rendição abjecta de parte da igreja
às forças do “showbiz”, superstição e populismo…».
Está explicado. Vistas bem as coisas, a beatificação nem é
verdadeiramente culpa de Madre Teresa. A culpa é da igreja, abjecta e rendida à
volúpia das superstições, populismo, etc., etc., que servem para manter os povos
no estádio atávico da ignorância. A igreja não vai ao ponto de usar estes
subterfúgios para ensinar os seus crentes a cortar cabeças, explodi-las em ligação
de explosivos em série ou atirar homossexuais dum prédio qualquer ou roubar
crianças para parir guerrilheiros, mas que quer manter as pessoas, de uma forma
abjecta, na ignorância, ai lá isso quer.
E é isto. Que não me confundam com a defesa da bondade da
religiosidade exacerbada das massas, mas que esta atitude revolta da esquerda
bem pensante me irrita, ai isso irrita. E tive tempo ainda para ler esta pérola (poupem-me
a tradução que já estou a gastar muito tempo com o assunto): «… The rich world has a poor conscience, and many people
liked to alleviate their own unease by sending money to a woman who seemed like
an activist for "the poorest of the poor." People do not like to
admit that they have been gulled or conned, so a vested interest in the myth
was permitted to arise, and a lazy media never bothered to ask any follow-up
questions…»
Cai o pano, despe-se a camisa do Che e vai tudo ao banho. E
aguardar por outra cena qualquer. Enquanto Teresa, malquista e exprobrada, se
torna santa e a Esquerda se esquece do assunto.
*
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Etiquetas: esquerda requentada, Madre Teresa. esquerda manhosa
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