segunda-feira, dezembro 21, 2015

Da dignidade. Dos outros.


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A confrangedora reacção orgástica que fez estremecer o sistema nervoso central e ferver as hormonas da frente esquerdista/comentarista aqui no FB, a propósito dos resultados das eleições espanholas, sofreu um sério revés, assim que se tornaram conhecidas as declarações de diversos líderes dos Partidos.

Imagine-se que tanto o PSOE como os Ciudadanos reconheceram a vitória de Rajoy e acham que o Partido vencedor deve, naturalmente, encetar as suas negociações no sentido de formar um governo, porque a ele, como ganhador, lhe compete fazê-lo. Vejam bem o despautério que vai ali pela nossa vizinhança, onde os nossos lusos crânios «setenteicísticos» adivinhavam uma reacção «à la A.Costa», prenunciando uma solução «à la mode de chez nous». Claro que o rapazola do Podemos berrou que foi ele que teve uma grande vitória, que o PSOE teve uma estrondosa derrota e que o PP teve o pior resultado desde 1989. 

Mas isso faz parte do mesmo programa que levou Varoufakis aos saltos a Bruxelas e pôs Tsipras a dizer uma série de disparates até a Europa lhe dar nas orelhas, ainda que só depois de os pobres cidadãos gregos ficarem mais tesos e mais endividados. Claro que é triste que 20% do eleitorado espanhol vá atrás da berraria de um aventureiro garotão que achou imensa graça a Chávez e a Maduro e de quem, inclusivamente e ao que parece, recebeu substancial ajuda.

Mas isso são contas de outro rosário. Verdadeiramente o que me deu gozo foi ver a esquerda (????) começar gradualmente a perder o pio, à medida que os espanhóis começaram a manifestar uma dignidade que nós, claramente, não temos. Por isso temos o governo que temos e eles vão ter o governo que vão ter.


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