segunda-feira, dezembro 10, 2012

Futebóis



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Há um par de coisas na vida onde a democracia não cabe – a tropa e os clubes de futebol. Casos onde, de resto, a nossa proverbial tendência para o disparate, se entretém a desdizer. Na tropa, é o que se sabe. Nos clubes de futebol, temos o Sporting, um clube à beira do inferno e por culpa própria. À partida, porque está infectado com um vírus complicado, qual seja o de ter uma miríade de órgãos consultivos, executivos, conselhos disto, comités daquilo e, ainda por cima, fazendo gala de terem responsáveis de várias tendências (!!!!). Claro que disto só podia sair uma salada mista em que os ingredientes colam mal. A agravar a salada, temos que as tendências várias são normalmente encabeçadas por gente com uma ânsia imensa de protagonismo, um ego do tamanho do mundo e uma iluminação de uma elevada superioridade moral, ou não fossem eles, na sua maioria, republicanos, laicos e socialistas. Ninguém se entende, como se espera. Se a isto juntarmos o facto de alguns destes dirigentes comentarem em programas desportivos – confrange a debilidade argumentativa de Dias Ferreira e assusta ver Eduardo Barroso inchar como o sapo da fábula, que rebentou, estamos sempre à espera que o homem rebente e encha o estúdio da TVI do muco viscoso que um batráquio que se preza contém – temos a situação já bem perto da desgraça. Se a isto juntarmos ainda o que eu chamaria de uma versão revista e alfacinha do estilo Pinto da Costa que tolhe o discernimento de qualquer dirigente sportinguista que lhe coloquem um microfone ou uma câmara à frente, temos o caldo entornado de vez. Irremediavelmente.

O Sporting regurgita Barrosos, Dias Ferreiras e um número extenso de dirigentes mais ou menos pacóvios que não resistem a um microfone. E que dizem o que lhes vem à cabeça. A reacção recente e idiota de um dirigente excitado e mandão que disse que o Sporting não compareceria ao jogo com o Benfica, logo desmentido, inapelavelmente, por outro dirigente e a entrevista patética de Godinho Lopes tipo não tem prazer em falar com o presidente do Benfica mas tentou falar e mais uma série de inanidades que só envergonham os «lagartos» como eu, são disso prova insofismável.

Por último, repugna o contínuo lava-pés ao F. C. Porto, sem que se saiba bem porquê, desde que isso signifique atacar o Benfica. Ser do Sporting, hoje, é difícil. Um clube falido, sem equipa de futebol, de dirigentes balofos e já sem ninguém, que se saiba, legitimado guardião do esforço, dedicação e glória que deviam enformar o clube, no respeito da memória pelo seu passado.
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2 Comments:

At 1:14 da tarde, Blogger Paulo Abreu e Lima disse...

Um Grande Abraço lampião! Eu sou do tempo em que os chamados grandes eram o SCP e o SLB; em que se perguntava "És do Benfica ou do Sporting?"; em que o FêQuêPê tinha de vir à capital falar com os Grandes e os pintinhos faziam de tudo para serem amigos do João Rocha e do Fernando Martins, estes sim, grandes amigos entre eles. Eu, como lampião, quero mais é um Grande Sporting, condizente com a grandeza de todos os meus muito amigos lagartos! Tratem rapidamente disso. Mas só comecem amanhã... :)

Outro Abraço!

 
At 3:12 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

É triste, não é, Paulo? Sobretudo se nos lembramos que mudamos de camisa, de carro, de casa, de mulher, de emprego, de país... mas que jamais mudamos de clube, assistir a este espectáculo degradante que o Sporting está a proporcionar a toda a gente, principalmente àqueles que, como eu, são do Sporting porque sim, nem nunca percebi bem porquê, o que só enobrece e conforta, dói. Dói ouvir aquela gente, pretensiosa, arrogante e pateta »arrotar» (passe o plebeísmo» postas de pescada quando, vai-se a ver e só comem jaquinzinhos. Ouvir Eduardo Barroso é um exercício notável de masoquismo, mas indispensável para se perceber, em profundidade o Sporting. Se possível até ele começar a falar dos filhos, dos netos e das transplantações de fígado...

Um grande abraço aí para o assim na terra :))))ah! E tenho saudade de um minuto de cuscuvilhice, mas nem sempre há tempo. Mas que paira qualquer coisa no ar... paira :))))))
Outro abraço.

 

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