segunda-feira, dezembro 06, 2010

Ao menos cortassemle o rabo no mar


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O animal, um magnífico golfinho, jazia morto e de rabo cortado na praia de Setúbal. À sua volta acumulava-se a habitual roda de mirones emitindo opiniões. Havia também uma bióloga, bombeiros e nem sei mesmo se psicólogos para cuidarem dos humores e estabilidade emocional daqueles que inevitavelmente se postam a ver estas coisas. Das várias opiniões emitidas, uma delas ressaltou pela sua crueza e pela forma linear e assertiva como define bem algumas das nossas mentalidades:

- Isto é uma vergonha. O animal deve ter ficado preso nas redes e os pescadores devem ter-le cortado o rabo para soltarem as redes. Mas aqui na praia é uma vergonha, ao menos que le cortassem o rabo lá no mar alto.

Nós temos dois tipos de opinantes principais para as reportagens de televisão. Os «achadores», ou seja os que «acham» isto ou «acham» aquilo e os que «sabem que». Os que não têm dúvidas e que não acham coisa nenhuma. São definitivos e terminantes e as suas afirmações não são achamentos. São postulados. Tivesse alguns dos pescadores ouvido este determinado e terminante espectador de factos televisionáveis e certamente teria cortado o rabo ao bicho no alto mar, em vez de, vergonhosamente, o cortar na praia, assim, ali, c'o bicho à vista de toda a gente.
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1 Comments:

At 12:34 da manhã, Blogger estouparaaquivirada disse...

Eu ACHO e PENSO que era bom sabermos quando, porquê e onde, cortaram o rabo ao golfinho :))))
Sou uma achadora pensadora!!!

 

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