sábado, dezembro 04, 2010

E o prédio ainda é azul...


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Uma vez, mal tinha passado a barreira dos vinte anos, conheci uma rapariga bonita e casei. Estava ainda na tropa mas já tinha acabado a zona de intervenção e achei que podia muito bem casar sem grandes atribulações. Ou melhor… não achei coisa nenhuma. Casei, «prontos». Poucos dias antes da cerimónia, uma coisa bonita com avionete a lançar papelinhos e tudo, lembrei-me que «quem casa quer casa». Vai daí arranjei um apartamento ao cimo de uma avenida da antiga Nova Lisboa, hoje Huambo, a avenida 5 de Outubro.

Era um T3 muito bonito, arejado e com uma vista arejada para as traseiras e num local privilegiado da cidade. E assim foi, ali me mantive até me nascer um filho e só mudei quando saí da tropa e o Estado português achou que eu fazia uma falta imensa no Uíje, para onde me mandaram instalar colonos vindos de Portugal.

Hoje casualmente, abri o Angolabela … e deparei com esta foto. É uma foto de 2010, mas está tudo como era dantes. Lá está o apartamento, o 1º andar do prédio da esquina, ainda azul, como já no meu tempo era e até a estação de serviço ao lado lá está e em funcionamento. Só não deverá ser já do senhor Esperança que tinha uma «chitaca» perto do Sacaála, a caminho do Sambo e era lá que eu mandava lavar e mudar o óleo de um reluzente Autobianchi que eu tinha na altura.

A Blogosfera tem destas coisas. Uma pessoa levanta-se, faz um café, abre um blogue e tropeça na sua primeira casa de família constituída.

Depois desta tive muitas outras casas. E noutros países também, Mas isso não cabe aqui neste post.

Adenda: Há poucos meses estive em Angola e pela primeira vez de várias vezes que fui a Angola depois da independência, fui ao Huambo por estrada. Passei aqui e vi o apartamento tal como aparece na foto acima que aliás é de 2010. E tenho de referir o facto de a cidade estar lindíssima e surpreendentemente reabilitada da destruição da guerra.

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