Culpa minha, o tanas
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Que descaramento é este o desta rapaziada socialista em poder dizer que somos todos culpados pelo descalabro das nossas finanças, porque vivemos acima das nossas possibilidades? Mas afinal a culpa é de quem compra (e paga) ou de quem promove a disponibilidade de crédito e bens de consumo? Que patranha é esta de se querer agora distribuir responsabilidades pelos cidadãos consumidores e deixar a ideia de que devemos TODOS compartilhar a tripa forra a que os socialistas alegre e irresponsavelmente se entregaram? Que culpa tenho eu de que o Figo goste de vir a Lisboa «matabichar» com Sócrates e que alguém vá lá convidá-lo de «jatinho» e esse alguém ganhe dois milhões de euros por ano e seja do Futebol Clube do Porto desde pequenino? Que culpa tenho eu de que o meu primeiro ministro tenha passado praticamente uma legislatura afogado em escândalos, nunca cabalmente esclarecidos e estrategicamente escamoteados à justiça através de uma das mais descaradas protecções de que tenho memória? Que culpa tenho eu de que se forme e pague milhares de fundações, institutos e outras organizações serventuárias do regime, que ninguém sabe bem para que servem e que custam milhares de milhões e dão emprego a milhares que se lhes tiram essas instituições nada mais sabem fazer na vida? Que culpa tenho eu de ter vindo sistematicamente a ser «gerido» por amadores que a única experiência que têm de trabalho cabe num cadinho de poesia avulsa, máximas de grande impacto político, rasto curricular assente em meia dúzia de tiradas para «português ver» ou uma passagem pelos calabouços (masmorras, masmorras) da PIDE? Que culpa é que eu tenho que um grupo de sábios iluminados se tenha auto-convencido da sua indispensabilidade no processo de governação de um punhado de gente inculta e meio grunha, no seu douto convencimento, a que se vai dizendo umas patranhas e, sempre que julgado necessário, se responsabiliza e chama a atenção no sentido de que os grunhos têm de sofrer como o governo? Que culpa tenho eu, realmente, de que um grupo de gente promíscua e espertalhona submeta este país a tratos de polé e se embrulhe em teias pegajosas de robalos, documentos perdidos, juízes exprobrados quando se limitam a cumprir a nobre missão que lhes foi confiada, caciques de verbo incendiário, parolos, esses, sim, genuinamente grunhos a quem se entregou uma autarquia ou um clube de futebol, chico-espertos que se assoam à gravata e, enfim, a um rol interminável de patranhas, conluios, amiguismos, negócios escuros, de dinheiros sujos ou de cueca (mesmo que lavada…)?
Que culpa é que eu tenho, afinal, para que me queiram agora meter no mesmo saco e dizer que a culpa é de todos nós? O tanas, ou, para usar uma expressão que o Almirante Azevedo celebrizou… essa. Essa mesmo. E que lhes faça bom proveito. Ou que sigam o conselho de um dos contemporâneos e vão (finalmente) trabalhar.
Que descaramento é este o desta rapaziada socialista em poder dizer que somos todos culpados pelo descalabro das nossas finanças, porque vivemos acima das nossas possibilidades? Mas afinal a culpa é de quem compra (e paga) ou de quem promove a disponibilidade de crédito e bens de consumo? Que patranha é esta de se querer agora distribuir responsabilidades pelos cidadãos consumidores e deixar a ideia de que devemos TODOS compartilhar a tripa forra a que os socialistas alegre e irresponsavelmente se entregaram? Que culpa tenho eu de que o Figo goste de vir a Lisboa «matabichar» com Sócrates e que alguém vá lá convidá-lo de «jatinho» e esse alguém ganhe dois milhões de euros por ano e seja do Futebol Clube do Porto desde pequenino? Que culpa tenho eu de que o meu primeiro ministro tenha passado praticamente uma legislatura afogado em escândalos, nunca cabalmente esclarecidos e estrategicamente escamoteados à justiça através de uma das mais descaradas protecções de que tenho memória? Que culpa tenho eu de que se forme e pague milhares de fundações, institutos e outras organizações serventuárias do regime, que ninguém sabe bem para que servem e que custam milhares de milhões e dão emprego a milhares que se lhes tiram essas instituições nada mais sabem fazer na vida? Que culpa tenho eu de ter vindo sistematicamente a ser «gerido» por amadores que a única experiência que têm de trabalho cabe num cadinho de poesia avulsa, máximas de grande impacto político, rasto curricular assente em meia dúzia de tiradas para «português ver» ou uma passagem pelos calabouços (masmorras, masmorras) da PIDE? Que culpa é que eu tenho que um grupo de sábios iluminados se tenha auto-convencido da sua indispensabilidade no processo de governação de um punhado de gente inculta e meio grunha, no seu douto convencimento, a que se vai dizendo umas patranhas e, sempre que julgado necessário, se responsabiliza e chama a atenção no sentido de que os grunhos têm de sofrer como o governo? Que culpa tenho eu, realmente, de que um grupo de gente promíscua e espertalhona submeta este país a tratos de polé e se embrulhe em teias pegajosas de robalos, documentos perdidos, juízes exprobrados quando se limitam a cumprir a nobre missão que lhes foi confiada, caciques de verbo incendiário, parolos, esses, sim, genuinamente grunhos a quem se entregou uma autarquia ou um clube de futebol, chico-espertos que se assoam à gravata e, enfim, a um rol interminável de patranhas, conluios, amiguismos, negócios escuros, de dinheiros sujos ou de cueca (mesmo que lavada…)?
Que culpa é que eu tenho, afinal, para que me queiram agora meter no mesmo saco e dizer que a culpa é de todos nós? O tanas, ou, para usar uma expressão que o Almirante Azevedo celebrizou… essa. Essa mesmo. E que lhes faça bom proveito. Ou que sigam o conselho de um dos contemporâneos e vão (finalmente) trabalhar.
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Etiquetas: Ai Portugal, crise, socialismos
2 Comments:
Nem mais, Nelson!!! A única culpa que posso sentir é de não lhes ter já tratado da saúde por acção mais directa e eficaz do que o frustrantíssimo voto. Mas como não caibo no rol dos que gozam de impunidade, a solução sair-me-ia tão cara que sinto a culpa muito mitigada.
Luísa
Às vezes é mais gratificante não cabermos no rol da impunidade. Concede-nos a independência e, sobretudo, a dignidade. Para além da satisfação genuína em não sermos confundidos com esta rapaziada!
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