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- Está?
- Sim!
- Olha, nasceu.
- Sim? E está tudo bem? Correu tudo bem?
- Sim, é uma menina…
- Pois, já sabia!
- Já sabias? Mas como?
- Sei lá… sabia. Só podia ser uma menina, não é? Nem nunca outra coisa me passou pela cabeça!
Diálogo travado através de uma precária linha telefónica entre o Uíje (onde me encontrava entretido a perder uma guerra) e o Huambo. De repente ocorreu-me que não havia nome para ela. Alguém disso se encarregou e eu gostei da escolha. Ainda andei mais cerca de uma semana a perder a tal guerra, até que pude meter-me num carro e vim pegar nela ao colo. Era linda, rosada como as flores e de pele tão fininha e macia que eu até tinha medo de lhe tocar – Parabéns, Ratona! Um dia destes estarás tu, também, a fazer evocações deste género, com esta pontinha de saudade e nostalgia. E conta muitos.
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Etiquetas: aniversários, intimista
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