quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Mentiras sem vídeo


Henrique Monteiro, director do Expresso

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«José Sócrates terá pressionado o director do Expresso para que o jornal não publicasse a notícia sobre os atropelos do processo da sua licenciatura, revelou ontem Henrique Monteiro na Comissão Parlamentar de Ética. Na véspera da saída do artigo, o director recebeu "um telefonema de uma hora, bastante desagradável", do primeiro-ministro, em que este lhe pediu "por tudo para não publicar", mas nem sequer quis fazer um desmentido ou alguma correcção, salientou Henrique Monteiro».

Começa a ser para mim irrelevante a substância das trapalhadas de Sócrates. Porque chegámos a um ponto em que tropeçamos numa pedra e (rufos) aí está ele no seu esplendor, através de tios, filhos dos tios, boys, amigalhaços, sócios, ligado a episódios mais ou menos espúrios e que comprometem claramente a imagem que se exige preenchida pelos mínimos da decência, no caso de um primeiro-ministro de uma nação europeia.

A mim, o que verdadeiramente me impressiona é a contínua, contínua, repito, evidência, do carácter da criatura, quando sou confrontado com declarações deste género e que, como sabemos, não são desmentidas. As declarações são produzidas e depois, Pinto Monteiro this, Presidente do Supremo that, mais o bastonário que não só, juristas avulsos que também e tudo se plasma depois num limbo que tresanda a trapaça, por um lado, e a uma forma pouco recomendável de lidar com as exigências da vida e com o respeito aos cidadãos que o elegeram.

No caso da licenciatura, e em contraponto aos argumentos mais díspares com que os “abrantes” do costume infestaram a blogosfera, jornais e televisões, é preciso vincar bem que o que está em causa não é o facto de Sócrates ser ou não licenciado mas sim a forma como a obteve, que reflecte bem a noção que Sócrates tem de ética e, não menos importante, do respeito que lhe deveriam merecer aqueles que andaram quatro anos a obter uma licenciatura (cinco e mais um de estágio, no meu tempo…).

Sendo do domínio geral que a licenciatura de Sócrates inclui datas rasuradas, datas suspeitas, “fins-de-semana de trabalho” para assinar despachos, cartões de visita e, sobretudo, a desfaçatez com que Sócrates continua a tomar toda a gente por parvos nas entrevistas com que vai sendo obsequiado (a última foi a de Miguel Sousa Tavares que se não quiser ser tomado por Socrático deveria desde já apresentar uma declaração de interesse), gritando, insultando, tergiversando, achincalhando (adoro o seu “era o que mais faltava”…) e negando-se SEMPRE a responder cabalmente às perguntas que, apesar de tudo, lhe vão sendo colocadas.

Quando um director de um jornal como o Expresso produz as declarações acima e tudo parece ficar na mesma, conclui-se que Sócrates está realmente a mais. E comungo da opinião de alguns de que não há custos acrescidos, eleições antecipadas, agravamento da situação económica, dificuldades acrescidas para a já difícil vida dos portugueses, que justifiquem a manutenção em exercício de um homem que consabidamente mantém uma linha de rumo muito prejudicial para todos nós e que claramente nos envergonha. Digam os “Abrantes” o que disserem. Este episódio relatado pelo Público (que, de resto, já era conhecido) não requer provas, nem configura constituição de arguidos ou crime de quebra de segredo de justiça. Reflecte, tão só, uma lamentável falta da vergonha que Sócrates não tem.
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4 Comments:

At 12:19 da manhã, Blogger Li de Queiroz disse...

Sócrates não é Sócrates!

É apenas uma hipótese dele mesmo...

(E a nossa única hipótese é termos a hipótese de alguém lhe retirar a cadeira - nem que seja ao domingo e por fax!)

 
At 9:13 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Li

Ou de lhe alterar o projecto... fazer-lhe uma marquise, alargar-lhe a garagem, qualquer coisa do género :)))

 
At 9:45 da tarde, Blogger estouparaaquivirada disse...

Da Casa Pia até aqui só me ocorre este título:
"SEXO, MENTIRAS E VIDEOTAPE"...:)

 
At 1:53 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Papoila

depois disso o vídeo já não foi preciso para nada...

 

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