Post dedicado
Huambo, jardim da Alta, à noite
[3207]
…àqueles que tiveram o privilégio de conhecer o Huambo, antiga Nova Lisboa e que mais tarde souberam ou viram fotografias da cidade que terá sido porventura a mais flagelada pela destruição da guerra.
O Huambo reganhou o estatuto de segunda melhor e maior cidade de Angola, toda (ou quase toda) reabilitada e estremece de gente nova (muitos portugueses) que se ocupa nas múltiplas oportunidades que a cidade e a região oferecem. Sendo o Planalto Central uma região agrícola, está em curso a instalação de muitas indústrias também. O Jardim Central (o velho picadeiro) está lindíssimo, com fontes e relvados invejáveis e muitos dos locais antigos se mantiveram abertos, como o Café Haiti, a pastelaria Jango, o Hotel Roma (totalmente reabilitado e facilmente um bom ***). O Himalaia deu lugar a um banco, o Colégio das Madres lá está, o liceu em perfeito estado (reabilitado) e o Bairro Académico a manter-se como o bairro posh da cidade. O antigo largo Norton de Matos (sem Norton de Matos, claro) está muito cuidado e mantém os edifícios como serviços públicos e governo da província. O Largo Vicente Ferreira também ficou sem Vicente mas está muito arranjado e com uma estátua nova à mulher angolana. A Granja, a estufa-fria, o antigo Rádio Clube, o Hospital Central, a 5 de Outubro, a catedral, o edifício da Câmara do Comércio e a Lello, tudo lá está devidamente em su sítio e reabilitado. A própria 5 de Outubro está cuidadosamente ajardinada e relvada. Ainda com os sinais de destruição, milhares de buracos de balas e bazookas, vi a casa York, o África Hotel o Ruacaná, aquele prédio que era da Cooperativa do Lar do Namibe e talvez umas três ou quatro dezenas de vivendas. A antiga clínica privada é agora um pomposo hotel residencial.
O trajecto é muito cómodo. As estradas estão todas pavimentadas e faz-se Luanda/Huambo facilmente em cindo horas, percorrendo 600 km de via larga, bem sinalizada e tracejada a branco e amarelo e, imagine-se, cat-eyes. Há empresas chinesas, portuguesas, alemãs e brasileiras a trabalhar dia e noite, a cumprir uma média de três quilómetros por dia para mais uma tranche de 1000 quilómetros. Mas no essencial tudo está feito, ou seja, a ligação de todas as capitais provinciais por asfalto. No trajecto assisti ainda a muita destruição, como na Quibala e na Gabela (fui via Gabela). Mas a antiga Cela, actual Waki-Cungo, Alto Hama e Chipipa cumprem com galhardia o seu papel de vilas que já cheiram a Huambo. Não esquecendo a fantástica Pedra do Alemão. Imponente e misteriosa, continuando, ciosa, a guardar a sua lenda de magia.
Tudo junto e somado, o Huambo é uma excelente surpresa. Ainda não há fotos.
.
2 Comments:
Apenas um convite para uma visita a http://altohama.blogspot.com
Abraço
Orlando Castro
Orlando Castro
Obrigado pela dica. Eu já conhecia o seu blogue.
Um abraço para si também
Enviar um comentário
<< Home