A seriedade e a trampolinice
[2914]
O Presidente da República impediu mais um malabarismo dos socialistas, chumbando uma lei que exigiria o voto presencial para os emigrantes. Sabe-se que a tendência de voto dos emigrantes pendeu sempre para a direita, com uma única excepção, quando José Lello pegou na sua banha de cobra e a foi vender, diáspora fora, até a tendência retomar o seu fio de voto habitual. Mas isto, no PS, não admira, é o sinal a que nos habituaram da "xico-espertice" socialista cuja principal virtude é exactamente esta. A de conseguir atingir os fins sem olhar a meios, mesmo que adornados pela retórica habitual e piruetas de circo, fazendo jus à ideia de que o PS antes de ser de esquerda é esquerdista. O que é uma coisa totalmente diferente e não abona muito em favor do seu carácter.
Mas o que verdadeiramente me abespinha é a ver as virgens ofendidas do PC e do BE a eriçarem-se contra a decisão de Cavaco Silva. Porque, afinal, com que direito e moral é que esta gente se pode manifestar sobre eleições livres? Quando é que os comunistas alguma vez, em algum país, em alguma época, fizeram o jogo limpo e democrático do voto livre e secreto? Com que autoridade é que os comunistas se arrogam o direito de discutir sequer ou palpitar sobre uma prática que lhes é estranha e, mais, que só acatam dentro do espartilho democrático a que se obrigam, se quiserem sobreviver no espectro político? Os comunistas jovens, na eventual pureza das suas convicções ideológicas, deveriam questionar como é que os comunistas lidaram com votações que não fossem de braço no ar, seguidas de aclamação e palmas cadenciadas (as célebres palmas organizadas), para se sentirem convenientemente informados. A menos que esta coisa das votações seja já, para eles também, uma maçada que a democracia impõe. E os comunistas mais idosos… poderiam guardar um pouco mais de recato e pudor antes de se permitirem sequer comentar fosse o que fosse sobre eleições, votos e fiabilidade das mesmas, que foi a expressão usada pelo deputado António Filipe.
Já contra o Bloco de Esquerda, não dá sequer para emitir um comentário. Se os comunistas têm uma tradição que nos permite fazer um juízo sobre a reserva necessária à volta do conceito em que colocam as práticas de voto, os bloquistas, pela montra, não abonam muito o que devem ter lá pelo armazém. Mas tenho de convir que observar o empertigamento da deputada bloquista (creio que Helena Pinto) a dizer que a decisão do nosso Presidente foi um passo atrás na fiabilidade das eleições só não é risível porque é trágico.
O Presidente da República impediu mais um malabarismo dos socialistas, chumbando uma lei que exigiria o voto presencial para os emigrantes. Sabe-se que a tendência de voto dos emigrantes pendeu sempre para a direita, com uma única excepção, quando José Lello pegou na sua banha de cobra e a foi vender, diáspora fora, até a tendência retomar o seu fio de voto habitual. Mas isto, no PS, não admira, é o sinal a que nos habituaram da "xico-espertice" socialista cuja principal virtude é exactamente esta. A de conseguir atingir os fins sem olhar a meios, mesmo que adornados pela retórica habitual e piruetas de circo, fazendo jus à ideia de que o PS antes de ser de esquerda é esquerdista. O que é uma coisa totalmente diferente e não abona muito em favor do seu carácter.
Mas o que verdadeiramente me abespinha é a ver as virgens ofendidas do PC e do BE a eriçarem-se contra a decisão de Cavaco Silva. Porque, afinal, com que direito e moral é que esta gente se pode manifestar sobre eleições livres? Quando é que os comunistas alguma vez, em algum país, em alguma época, fizeram o jogo limpo e democrático do voto livre e secreto? Com que autoridade é que os comunistas se arrogam o direito de discutir sequer ou palpitar sobre uma prática que lhes é estranha e, mais, que só acatam dentro do espartilho democrático a que se obrigam, se quiserem sobreviver no espectro político? Os comunistas jovens, na eventual pureza das suas convicções ideológicas, deveriam questionar como é que os comunistas lidaram com votações que não fossem de braço no ar, seguidas de aclamação e palmas cadenciadas (as célebres palmas organizadas), para se sentirem convenientemente informados. A menos que esta coisa das votações seja já, para eles também, uma maçada que a democracia impõe. E os comunistas mais idosos… poderiam guardar um pouco mais de recato e pudor antes de se permitirem sequer comentar fosse o que fosse sobre eleições, votos e fiabilidade das mesmas, que foi a expressão usada pelo deputado António Filipe.
Já contra o Bloco de Esquerda, não dá sequer para emitir um comentário. Se os comunistas têm uma tradição que nos permite fazer um juízo sobre a reserva necessária à volta do conceito em que colocam as práticas de voto, os bloquistas, pela montra, não abonam muito o que devem ter lá pelo armazém. Mas tenho de convir que observar o empertigamento da deputada bloquista (creio que Helena Pinto) a dizer que a decisão do nosso Presidente foi um passo atrás na fiabilidade das eleições só não é risível porque é trágico.
Uma palavra final quanto aos socialistas. Um pouco de contenção não lhes ficava mal. E pudor. Ouvir José Lello exigir uma explicação política de Cavaco Silva chega a raiar a pornografia, vindo de quem vem. Por outro lado, e por uma vez, um pouco de seriedade e, no caso vertente, um pouco mais de respeito pelos emigrantes (mesmo por aqueles que não votam socialista) só lhes ficaria bem. E talvez lhes trouxesse mais votos.
.
Etiquetas: Bloco, comunistas, emigrantes, PCP, socialismos
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home