O Sputnik

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Há cinquenta anos, era eu uma criança, como diz o Zé Cid, lembro-me de ouvir falar no Sputnik. Eu não sabia bem o que era mas à medida que os anos iam passando e os acontecimentos espaciais se iam sucedendo, sobretudo com o lançamento de Yuri Gagarine e da cadela Laica, comecei a perceber melhor o que era o Sputnik. Era curiosa a forma sussurrada como se falava no assunto, não sabíamos bem porquê, só sabíamos que aquilo metia soviéticos e o regime ensinava-nos que se era soviético nao só não podia ser boa pessoa como havia que guardar um certo precato na coisa. E assim crescíamos, os da minha geração, com a noção que os russos tinham um sputnik que, fosse lá o que fosse, andava no espaço e devia servir para qualquer coisa.

Mais tarde, quando os americanos acertaram o passo com os soviéticos na conquista do espaço, a minha geração foi percebendo melhor a extraordinária importância dos satélites. Os tais de que o Sputnik, pouco maior que uma bola de basquetebol, foi o legítimo percursor. Hoje os satélites são tao vitais para a vida moderna como o ar que respiramos.

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