quarta-feira, junho 20, 2007

Os Monólogos da Azinheira



[1825]

Para os saudosistas do velho Rivoli, um pequeno excerto da peça que hoje lá estaria se Rui Rio não fosse um vendido ao grande capital.

Os Monólogos da Azinheira

Acto 1

Entra um homem na casa dos 40 anos nu em palco agarrado a duas folhas de azinheira. Durante 5 minutos olha o público em silêncio enfrentando a vergonha (aliviada pelo facto de todos os cinco membros do público serem da sua família).

- Estou sozinho - diz a azinheira.

Apagam-se as luzes. A azinheira olha mais 5 minutos o público.Aos 4 minutos e 25 segundos entra a funcionária da limpeza em palco. O público rejubila! Qual o significado daquela presença? Uns interpretam como sendo a vontade dos autores de fazer chegar a arte contemporânea a todas as classes. Outros como sendo a necessidade de tornar a arte mais limpa. Enquanto a plateia se mantém na dúvida, a senhora da limpeza apercebe-se que se enganou, que a peça não tinha acabado, e sai do palco.

- Onde está o meu tronco? - questiona-se a azinheira - Onde está o tronco de todos nós? - continua a questionar-se a azinheira.

A azinheira olha mais 5 minutos para o público.A azinheira tem uma erecção. O público rejubila.

Fim do 1º acto.

Retirado de
O Insurgente, com a devida vénia.

Eu não sei se o texto é exactamente assim, mas se não é, devia ser. Porque é exactamente assim que as coisas se passam.

Não sei se haverá paralelo em algum país europeu do que está a passar-se na "arte portuguesa". Mas tenho sérias dúvidas.

Pormenor que me ficou: Como é que azinheira tem a erecção na altura precisa do Acto? Será que o actor domina a questão com esta facilidade toda? Leia-se… aqui vai disto que está no momento de ter a erecção. Ou contará com a ajuda preciosa de algum elemento do grupo de cinco familiares presentes a assistir ao “espectáculo?

Intriga-me, esta da erecção a prazo…

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2 Comments:

At 9:51 da tarde, Blogger 125_azul disse...

Nunca tive uma erecção no fim de acto teatral nenhum. Está decidido (e até já suspeitava). Sou uma rematada fassista. E com a minha idade, já não devo ter cura...
E olha monólogos da Azinheira não vi, mas vi os monólogos da vagina, achas que serve?
Beijinhos

 
At 7:06 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

azulinha
Ora aqui está um comentário intimista. As coisas que ficámos a saber a teu respeito...
:)
Beijinhos e começa a ir mais vezes ao teatro, pode ser que "coisa" (salvo seja) se componha :))))

 

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