terça-feira, junho 19, 2007

Gostar e dizer bem



[1821]

Ainda não consegui perceber muito bem porque é que em Portugal não se gosta muito de Durão Barroso. Ontem, por exemplo, no Prós e Contras, Durão fez uma demonstração sóbria do que vale enquanto Comissário Europeu, alardeou classe, cultura, traquejo e ideias muito claras, sem necessidade de afirmações provincianas e pategas, tipo Guterres quando dizia que tratava uma série de primeiros-ministros europeus por tu. Durão está um Mr. Europa pleno, com aquele élan que os portugueses, por razões fatalistas, ganham só depois de transpor os Pirinéus. E demonstrou, quaisquer que fossem as razões por que chegou a Comissário da UE (se bem se lembram do escarcéu que foi, na altura…), que quem acabou a ganhar foram a Europa em geral e Portugal em particular. Foi bom ver e ouvir Barroso ontem.

Uma palavra apenas para Jorge Sampaio. Falou-se da Turquia e a propósito de Durão dizer que há exigências que são inegociáveis, como os direitos humanos, a igualdade de sexo, a liberdade religiosa e a liberdade de expressão. Sampaio tinha de dizer que sim, mas…

Por qualquer razão que me escapa ser de esquerda significa que a Turquia tem de entrar para a Europa, mesmo que os pressupostos acima descritos como inegociáveis sejam relativizados, como me parece que não podem ser. E Sampaio seguiu a matriz estabelecida. Papagueou uns minutos, ficámos todos na mesma (ele é perito nisso) e as negociações da entrada da Turquia para a EU não podem parar. Isso mesmo já tinha dito Durão Barroso, frisando apenas que há questões inegociáveis. Mas acho graça a este frenesi da esquerda em relação à Turquia. E não faltaram críticas veladas ao “fassista” do Sarkozy que acha… o mesmo que Durão Barroso, imagine-se.

No mais, o costume. Fatinha a interromper a todo o instante (Fátima Campos Ferreira está a perder a noção do ridículo, tal a frequência e estridência com que se compraz a interromper figuras públicas…e a querer mostrar que trata os assuntos todos por tu) e Carvalhas, datado, lamentável, triste, intragável.


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2 Comments:

At 8:14 da manhã, Blogger 125_azul disse...

Talvez seja do olhar de cachaça... eu não consigo atinar com o homem, apesar de lhe reconhecer mais qualidade que à maioria dos nossos políticos.
Azulão muito feliz com a tua noção de civismo... Beijinhos

 
At 5:01 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Azulinha
O Azulão que não agradeça. Limitei-me à mais elementar justiça de reconhecer o cuidado do Azulão. Eu faria o mesmo...
:))))
beijinhos para ti

 

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