quarta-feira, junho 13, 2007

Obscenidades



[1806]

Em manhã de Santo António, acabei de ler a entrevista de Mário Soares à Única. Confesso que no Sábado tinha saltado algumas perguntas, tal a previsibilidade do que viria a seguir. Mesmo assim o que li chegou-me para me referir ao assunto
aqui.

Mas lá acabei por ler a entrevista toda, aproveitando o ócio de uma manhã silenciosa e fresca (o tal tempo fresco que
tanto preocupou a SIC-N). E não resisto a referir aquela parte em que Mário Soares diz que não gosta de ir aos USA porque no aeroporto fazem muitas perguntas, nem sempre as mais inteligentes.

Como sei que Mário Soares visitou vários países africanos e sul-americanos, tenho a certeza que ele terá consciência do que seja “entrar” num aeroporto africano. Luanda, ainda hoje, Maputo, num passado muito recente, Lusaka, Harare, Brazzaville, Kinshasa, Bamako, Nouakchott, Abidjan ou Lagos (entre outros, que é desnecessário referir) são exemplos daquilo que Mário Soares parece não gostar. Salvo quando a conjuntura muito especial de alguns destes países permitia incursões ao seu espaço aéreo, ao arrepio da lei, como acontecia com os célebres passeios turísticos à Jamba no tempo de Savimbi, que aliás iam custando a vida ao filho João, em viagem certamente norteada por nobilíssima e libertadora causa.

Também me ocorre alguns aeroportos da chamada Europa do Leste no tempo da guerra-fria. Mas a catilinária de Soares é tão idiota que nem vale a pena perder mais tempo com o tema.

Vale a pena ler este remate de um post da GLQL (link a seguir):

"...Neste contexto semântico, as palavras nepotismo, corrupção, tráfico de influências, Macau, Rui Mateus, Craxi, Andreotti, Khol, Melancia, mediocridade, inépcia, soberba, vingança, vergonha, obscenidade, assumem outro significado. Não obstante, a memória, sendo curta para muita gente, ficou registada para a posteridade em documentos, livros, jornais e revistas, para além dos depoimentos pessoais..."


Texto que integra
este post da GLQL, onde se transcreve uma boa parte da entrevista. O episódio do Sr Chambica, então, em S. Tomé, é bem revelador da natureza de Soares.


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