domingo, junho 10, 2007

De novo, Mário Soares


[1799]

Na entrevista de ontem à Única, Mário Soares produziu mais uma série de diatribes. E chamo-lhe diatribes porque tenho a profunda convicção que ele, Soares, sabe que o que diz não é mais que uma tagarelice de esquerda requentada que ele deve ter, há muito, reciclado. Porquê, assim, fazer a apologia excitada da demagogia de Chávez, do populismo idiota e medíocre prestação política de Zapatero ou o panegírico deslocado de um homem que ele, reconhecidamente, não aprecia, como Sócrates?

Há questões que não ultrapassam nunca o foro íntimo de cada um. Todavia, fica-me a sensação de que Soares se diverte dizendo estas coisas em obediência a um mero articulado de espírito a que ele não consegue furtar-se. Ou então, tal como alguém dizia do juiz Garzón, que ele perseguia os poderosos porque provinha de uma família de pobres, Soares é assim por necessidade orgânica. Nós é que não temos culpa nenhuma, por isso se lamenta o seu decisivo contributo para muito do que de mau aconteceu na sociedade portuguesa.

Adenda: Depois de escrever este post, descobri mais este no 31 da Armada e este, no Portugal dos Pequeninos. Acho, lamentavelmente, pouco.
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