Como é que há gente que gosta de andar de bicicleta?
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Quando eu era miúdo tive uma bicicleta que me proporcionava um confortá-
vel “assento”, pelo menos que me lembre. Horas seguidas na “burra” ou na “jinga” não me causavam o menor desconforto. Era uma Hércules, roda 26, com o equipamento básico mínimo para andar, ou seja um par de pedais, uma roda pedaleira, uma roda cremalheira, corrente, quadro, travões e guiador e um selim onde me cabia o rabo todo.
Hoje tenho uma bicicleta especial de corrida, daquelas que só lhe falta fazer tostas mistas. Com um intrincado sistema de 3 x 7 velocidades proporciona-me 21 andamentos diferentes, tem amortecedores à frente, peso pluma e patatipatatá e um selim ergonómico, anatomicamente elaborado, design concebido por especialistas da arte de bem cavalgar todo o selim, mas onde claramente não me cabe o rabo todo como quando era miúdo, há apenas aquela “peça” minúscula e agressiva que ergonómica e anatomicamente me provoca uma dor lancinante ali pelas partes compreendidas entre o sacro, as extremidades dos ilíacos, toda a massa muscular circundante, cavidades e estimáveis protuberâncias. Tudo dói, depois de meia hora de pedalanço.
Como vivemos numa época cheia de recursos tecnológicos, já me dirigi “à melhor casa de bicicletas de Cascais” onde expus o problema. Ou me arranjavam um selim ou eu tinha que parar com a bicicleta.
Tem sido um rosário. Primeiro, venderam-me uma “capa”, uma coisa com uma forma obscena, com gel e fibras especiais que não sei quê, supostamente destinada a proporcionar-me um aconchego recto-sacro-nádego-ilíaco-escrotal. Quando lá voltei e disse que a coisa não adiantava, recomendaram-me uns calções de licra com uns almofadados estrategicamente distribuídos e que, supostamente, me dariam o máximo conforto.
Não dá. Ando sentado num complexo sistema de almofadados, gel, fibras, espumas de poliuretanos (eu seja ceguinho…) e uma pipa de massa e continuo a sentir-me vítima da mais dolorosa violação ao fim dos primeiros 10 km da praxe. Já me lembrei que este tipo de selins que agora fazem poderão ter a ver com muitas coisas, incluindo o respeito pelas minorias, mas palavra de honra eu não consigo perceber porque é que não consigo arranjar um selim como havia antigamente, largo, espaçoso, cómodo, forrado a pele e com duas molinhas por baixo. Tão simples e cómodo como isso…
Quando eu era miúdo tive uma bicicleta que me proporcionava um confortá-
vel “assento”, pelo menos que me lembre. Horas seguidas na “burra” ou na “jinga” não me causavam o menor desconforto. Era uma Hércules, roda 26, com o equipamento básico mínimo para andar, ou seja um par de pedais, uma roda pedaleira, uma roda cremalheira, corrente, quadro, travões e guiador e um selim onde me cabia o rabo todo.
Hoje tenho uma bicicleta especial de corrida, daquelas que só lhe falta fazer tostas mistas. Com um intrincado sistema de 3 x 7 velocidades proporciona-me 21 andamentos diferentes, tem amortecedores à frente, peso pluma e patatipatatá e um selim ergonómico, anatomicamente elaborado, design concebido por especialistas da arte de bem cavalgar todo o selim, mas onde claramente não me cabe o rabo todo como quando era miúdo, há apenas aquela “peça” minúscula e agressiva que ergonómica e anatomicamente me provoca uma dor lancinante ali pelas partes compreendidas entre o sacro, as extremidades dos ilíacos, toda a massa muscular circundante, cavidades e estimáveis protuberâncias. Tudo dói, depois de meia hora de pedalanço.
Como vivemos numa época cheia de recursos tecnológicos, já me dirigi “à melhor casa de bicicletas de Cascais” onde expus o problema. Ou me arranjavam um selim ou eu tinha que parar com a bicicleta.
Tem sido um rosário. Primeiro, venderam-me uma “capa”, uma coisa com uma forma obscena, com gel e fibras especiais que não sei quê, supostamente destinada a proporcionar-me um aconchego recto-sacro-nádego-ilíaco-escrotal. Quando lá voltei e disse que a coisa não adiantava, recomendaram-me uns calções de licra com uns almofadados estrategicamente distribuídos e que, supostamente, me dariam o máximo conforto.
Não dá. Ando sentado num complexo sistema de almofadados, gel, fibras, espumas de poliuretanos (eu seja ceguinho…) e uma pipa de massa e continuo a sentir-me vítima da mais dolorosa violação ao fim dos primeiros 10 km da praxe. Já me lembrei que este tipo de selins que agora fazem poderão ter a ver com muitas coisas, incluindo o respeito pelas minorias, mas palavra de honra eu não consigo perceber porque é que não consigo arranjar um selim como havia antigamente, largo, espaçoso, cómodo, forrado a pele e com duas molinhas por baixo. Tão simples e cómodo como isso…
13 Comments:
Não posso ajudar, não tenho solução nem mesmo experiência, porque até nem sei andar nessa "coisa". Apenas quero partilhar o sorriso de orelha a orelha e as gargalhadas, ainda que a meio tom, que a leitura destas linhas me provocou.Que encontres a solução e...bons passeios!
Beijos
Gota
Juro que não conheço a solução para o teu problema e que espero que haja alguma alma caridosa que seja capaz de o resolver, mas enquanto não se resolve, que boas risadas me proporcionou este teu desabafo. Desconhecia esta veia sádica em mim, mas não consigo parar de rir. Sinceras melhoras.
Aos poucos e poucos tornei-me leitora assídua deste blog, hoje resolvi intervir! Como prezada imigrante na Holanda que sou, achei que tinha algo a dizer na matéria. Eu já tive umas 4 ou 5 cinco bicicletas cada uma com diferentes selins. Eu sou da mesma opinião, nada melhor do que um largo e com as molinhas em baixo. Mas há quem não ache, é de facto um tema de conversa por estas bandas em que se passa uma boa parte dos dias a andar de bicicleta!
Gota
Continuo cheio de perseverança. E de dores...
:)))
beijos
125_azul
:)
beijinho
É bom rir e sabermos que se riem :)
mj
Já fui ao capuccino e canela. Confesso que não conhecia.
Parabéns e passarei a cliente habitual.
E obrigado pela assiduidade que eu desconhecia, é que o capuccino e canela nunca aparece no registo de visitas.
beijinho e obrigado
Ai o que me ri!
Estava a pensar sugerir-te os calções - que um amigo meu tinha por causa do mesmo "problema" (e com os quais nos fartávamos de gozar...) - mas antes de chegar ao fim vi que já os conhecias...
Nada a fazer! Só se encontrares um selim dos antigos numa destas "brocantes" que há por aqui (às quais costumo chamar de "feiras do lixo").
Beijola.
Pois posso garantir que a melhor casa de bicicletas na zona não é em cascais.
Manda-me um mail que eu explico dou umas dicas, e apresento-te a melhor casa e oficinas de bicicletas que há!
Eu acho que esses selins modernos foram uma invenção daquele americano que teve um problema nos ditos e que se decidiu vingar...ele bem que ganhava
Carlota
Sim, já cheguei à fase dos calções. A gente veste aquilo e parece que anda de fraldas!...
A solução é mesmo um selim como aquele cuja foto coloco no fim do post. Mas cadê ele?
Beijolas
Lunna
Eu disse a melhor de Cascas e não a melhor a de zona.
Mas tá. Vou mandar-te o mail cujo subject será "O meu conforto do r/c"
:)
Beijinho
Out of time
Se o segredo do Armstrong é esse, deixem-me continuar com as dores ...
:))))
Eu mandava directamente, mas já não me lembro se o mail de serviço do espumadamente funciona, e não estou para falar para o boneco.
Agora a sério, conheço uma loja com oficina onde são capazes de resolver o problema.
Bjinhos
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