Pedir desculpa por estar de costas...
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O crime desta mulher terá sido o adultério – expressão jurídica para definir a prática de sexo fora do casamento.
Numa altura em que estamos inundados de palavras relativas à questão das caricaturas de Maomé e quando, finalmente, começam a aparecer os suspeitos do costume a falar de tolerância, sensibilidades, respeito, aproveitamentos da extrema direita xenófoba e, pasme-se, formas encapotadas de censura, apeteceu-me colocar aqui esta foto. Uma foto de uma mulher que vai ser enterrada viva até ao pescoço e posteriormente apedrejada até morrer.
Esta é uma prática bem mais frequente do que se pensa, tal como decapitações, enforcamentos em praça pública, decepagem de mãos e outras manifestações animalescas, melhor dizendo, humanas, porque os animais não fazem disto.
Já nem me interessa sequer a discussão académica sobre se a minha civilização é superior ou não é, interessa-me sim que é perante este gente (?) que se começa de novo a prefigurar uma atitude de complacência e sensibilidades perante a desordem que se vai alastrando pelo mundo árabe.
Muito menos me interessa os comentários que me ensinam e explicam ao pormenor as razões de fundo desta situação, as questões geo-políticas, o petróleo, a desejada liderança do mundo árabe pelo Irão e todo esse patatipatatá que por aí vai. Interessa-me que estamos perante uma cáfila de criminosos medievais, uns por razões de atavismo histórico, outros porque depois de terminadas as suas licenciaturas em países ocidentais, voltam às origens com o objectivo determinado de perpetuar este estado de coisas.
Nota: Este pequeno apontamento foi-me suscitado pela leitura de um post de uma amiga sobre um inocente episódio em Riad.
O crime desta mulher terá sido o adultério – expressão jurídica para definir a prática de sexo fora do casamento.
Numa altura em que estamos inundados de palavras relativas à questão das caricaturas de Maomé e quando, finalmente, começam a aparecer os suspeitos do costume a falar de tolerância, sensibilidades, respeito, aproveitamentos da extrema direita xenófoba e, pasme-se, formas encapotadas de censura, apeteceu-me colocar aqui esta foto. Uma foto de uma mulher que vai ser enterrada viva até ao pescoço e posteriormente apedrejada até morrer.
Esta é uma prática bem mais frequente do que se pensa, tal como decapitações, enforcamentos em praça pública, decepagem de mãos e outras manifestações animalescas, melhor dizendo, humanas, porque os animais não fazem disto.
Já nem me interessa sequer a discussão académica sobre se a minha civilização é superior ou não é, interessa-me sim que é perante este gente (?) que se começa de novo a prefigurar uma atitude de complacência e sensibilidades perante a desordem que se vai alastrando pelo mundo árabe.
Muito menos me interessa os comentários que me ensinam e explicam ao pormenor as razões de fundo desta situação, as questões geo-políticas, o petróleo, a desejada liderança do mundo árabe pelo Irão e todo esse patatipatatá que por aí vai. Interessa-me que estamos perante uma cáfila de criminosos medievais, uns por razões de atavismo histórico, outros porque depois de terminadas as suas licenciaturas em países ocidentais, voltam às origens com o objectivo determinado de perpetuar este estado de coisas.
Nota: Este pequeno apontamento foi-me suscitado pela leitura de um post de uma amiga sobre um inocente episódio em Riad.
15 Comments:
Olá Espumante!
Ainda bem que te inspiraste.
Eu, à primeira vista, não vejo bem a diferença entre esta fotografia e as outras caricaturas...
Mas... se pensar melhor... já sei!
É que esta foi feita com uma máquina fotográfica e a as caricaturas foram feitas com lápis.
Não é da minha vista, pois não?
Afinal, todas retratam uma só e triste realidade.
Espumante
Mais um texto que me deixa tão perplexa, que as lágrimas não me deixam ver as teclas e não consigo escrever nada.
Shame on me.
Beijinhos
Meu Deus!
E como foi bom ver ontem um Muçulmano dizer na têvê, que não existe até esta data no corão qualquer alusão à mutilação feminina. Prática esta ainda muito praticada e perfeitamente bárbara. Depois dizem que sou femininista. Tenho eu outra chance? beijo para ti
Carlota
Uma triste realidade. Disseste tudo
Beijolas
Laura Lara
A tua sensibilidade à flor da pele...
Beijinho
Tigus
É...
mmicr
Eu vu o programa
Beijinhos
* Acho que, infelizmente, enquanto situações destas continuarem a acontecer somos TODOS (como sociedade global) tão culpados e cúmplices como qualquer dos gajos que está a enterrar e a atirar pedras a esta mulher.
* Aflige-me também que nos países ditos evoluídos aconteçam coisas deste género mais frequentemente do que se possa julgar, mas que sejam estes os primeiros a chamar bárbaros aos países ditos menos evoluídos. Não estou a defender ninguém em particular. Estou só a querer dizer que a hipocrisia também me faz doer o estômago. Há que dar o exemplo, há que lutar verdadeiramente contra os podres da sociedade.
* Com este discurso até parece que sou super radical!
Nokitas, não és radical, mas qdo te sobe a mostarda ao nariz viras fundamentalista. Mas é só por uns segundos... hehehe.
Qto ao assunto do post... concordo contigo. É ridículo os países ditos evoluídos recriminarem as culturas em que se praticam actos bárbaros, qdo nas suas "casas" acontecem coisas de igual estupidez. Às x apetece mandar tudo de pantanas e ser fundamentalista com esses gajos. Mania de reprimir a mulher, só mostra que os gurus, os líderes têm real consciência do poder feminino. E de tanto medo que têm tomam o caminho da repressão. E o peixe pequeno vai atrás, sem pensar. Uma mão devia lavar a outra, neste caso, uma mão anda a tramar a outra. No fim o corpo (humanidade) vai ficar a perder...
Nokas e JU
Englobo a minha resposta porqud me parece que vocês têm blogues comuns, embora eu leia com mais regularidade a Nokas, sobretudo via Pitucha.
Uma breve palavra para vos dizer que a própria juventude +é fundamentalista, sempre que os seus horizontes esbarram nos pecados da geração anterior que bnaõ soube ou não quiz resolver os grandes problemas da hjumanidade.
No caso vertente, saldar os erros alheios com os nossos próprios é uma forma muito clomum e demasiado politicamente correcta para que se resolva seja o que for. Não há NADA
(aconteceu qualquer coisa que desconheço, vou continuar o comentário)
... não há NADA que justifique a violência, a intolerância e o atavismo daqueles que têm vindo a ser explorados por quem directamente beneficia deste tipo de situação e esses não são com certeza os mentores dos pecados ocidentais. Esse é o meu pensamento, esta não é uma teoria académica, mas apenas uma questão puramente factual. F-A-C-T-U-A-L e os factos estão aí para o demonstrar. De resto a vossa posição (e digo vossa porque me parece que vocês estão de acordo...)é muito frequente, recorrente e tenho a certeza, mutável. Basta que a vida, através da sua inestimável sabedoria, vos vá dando matéria de facto em contraponto à matéria dos sonhos que nos povoam a alma (a vossa como a minha) durante alguns anos. Depois... passa.
Obrigado pelos vossos comentários, comentem sempre, desde que não fiquem muito zangadas comigo.
:)
Uma observação final: espero que não descortinem qualquer tipo de... sei lá... paternalismo ou superior assumpção de conhecimento das coisas da vida... e, sobretudo, que nunca, como mulheres, precisem de viver num país onde vos obriquem a usar burka, os vossos maridos vos mandem retirar da sala quando eles recebem um amigo, achem que a mulher é uma expressão menor da humanidade ou, já agora, vos mandem apedrejar se vocês alguma vez se atreverem a dormir com alguém que não sejam eles próprios. Mas isto digo eu, que sou homem, ocidental e eivado, certamente, dos pecados e malfeitorias de uma civilização pretensamente superior...
beijinhos às duas
Olá! Eu não me zango com ninguém! Gosto é de discussão e de ver as ideias a girar de modo a poder partilhar algumas e aprender com as que são transmitidas por outras pessoas.
Quanto ao facto de não viver num país onde essas coisas acontecem... não concordo. No nosso país (Portugal) algumas comunidades ainda praticam a mutilação genital das mulheres, há mulheres também a usar burca (eu vi no Vasco da Gama)... Essas coisas acontecem mesmo ao nosso lado e nem damos por elas!
...pondo de lado os factos radicais.... as mulheres em Portugal ainda vivem numa cultura machista e patriacal e são elas muitas vezes que alimentam isso. As mulheres ainda recebem menos, em média, do que os homens. O desemprego ainda é maior entre as mulheres do que entre os homens. Uma mulher corre risco de
não ser aceite num emprego porque é mulher (e como pode engravidar e tradicionalmente tem que cuidar da família é considerada menos produtiva). Diferenças entre homens e mulheres? Hão-de sempre existir. Igualdade de oportunidades e de tratamento? Era o que eu gostava que existisse! O meu sonho não é muito ambicioso, eu gostava era de viver numa sociedade onde ninguém sequer pusesse em causa este tipo de coisas, porque elas não existiriam. Bem, os factos falam sempre por si. Mas também acredito que aos poucos, com a denuncia e com a força de vontade de mudar por parte de alguns consigamos mudar qualquer coisita! E por mais pequena que seja a mudança acredito que valerá sempre a pena e que será uma enorme conquista!
Ok! Lá fui eu novamente jovialmente ambiciosa e radicalmente sonhadora!
...mas onde nos leva tudo isto!
Fundamentalista ou não, tentemos não generalizar, ou colocar selos aqui ou acolá. Ou porque é desta religião, ou daquela, ou deste país ou daquele.
É óbvio que neste testo/comentário que deu origem a a esta discussão, há uma forte ligação cultural a um país ou grupo de países, ditos de certa forma menos "desenvolvidos". Cinjamo-nos ao facto apenas apresentado aqui, e tentemo-nos absttrair das questões culturais, região ou sexo.
Trata-se de retirar uma VIDA, e de uma forma bárbara. Qualquer que seja a razão que tenha levado a este acto...esta é pequena comparada com o acto que é cometido aqui. A injustiça reflecte-se aqui como um sapo de 20 kilos, gordo como tudo, que custa a passar.
Aflige-me saber que isto se passa algures, com consentimento jurídico. Argh...
Mas, o que me leva a dizer para não nos cingirmos à conjuntura onde isto acontece, deriva de saber que coisas como estas, ou piores, acontecem por todo o lado, civilizados, não civilizados, avançados...etc e tal, mas à porta fechada e que nunca se chega a saber!
Desgraçada daquele que é vitima de crime, sem nunca se vir a saber que esse crime foi cometido. Pelo menos para este caso, o mundo tem os olhos abertos...
Tantas portas ao nosso lado, em que mulheres, são "apedrejadas" de todas as formas e mais algumas e nunca se chega a saber. Essas coisas preecupam-me muito mais. Mas também, estão mais ao nosso alcance. O que está proximo, é sempre mais fácil de ajudar.
A realidade é que não conseguimos curar o mundo. ...pelo menos de uma só vez!
Estou apenas atento...e é tentar não endurecer o coração com a habituação a estas coisas que tanto passam nos media. Todos os casos são um caso...
Bah...este caso já me pôs a filosofar outra vez....
...como diria há uns posts atrás....
...Meu Deus!
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