quinta-feira, outubro 21, 2004

Láprálapa





Tenho o privilégio de trabalhar perto de um dos mais simpáticos restaurantes de Lisboa. Desce-se a Buenos Aires e é lá no fundinho. O “Láprálapa”. É limpo, sem o insuportável ruído de talheres e loiça a bater, o ar condicionado funciona e tem um oferta reduzida de pratos, mas todos eles de excelente confecção. Além de que é o género de pratos grandes com comida pequena no meio, que poderá ser sempre repetida, se for esse o nosso desejo. As bebidas são vertidas em copos até à metade, o pão é caseiro e a manteiga não vem naqueles detestáveis pacotinhos de plástico. Toalhas e guardanapos de pano. Tudo isto sem luxos e a preços perfeitamente aceitáveis. Recomendo os ovos verdes ou um ensopado de borrego dos deuses, com aquela salsa toda picadinha por cima. O regresso ao escritório, a pé, tem o pequeno inconveniente de a rua ser a subir. Mas o piso de paralelepípedos, as árvores frondosas e o toque arquitectónico da área amenizam a "escalada". Quem for alérgico ao PSD fechará os olhos por um momento, à passagem da Sede, claro. Mas é um momento breve.

São os “petit quois” desta cidade, sem grande expressão de per si, mas que nos incrustam a alma, como diria a Gal Costa, das saudades que gostamos de ter...