sexta-feira, outubro 15, 2004

Philadelfia



Nunca se podeu tanto em Portugal como hoje. Não há jornal, pelo menos dos que li e leio muitos, que não glose a poda, bem soletrada com todos os epes e erres, que Scolari opereceu de bandeja a uma menina do Record que achava que um capitão de equipa não deveria ser capachinho dum treinador. Tal como os alunos o não devem ser da propessora, os operários dos capatazes, ou os jornalistas dos chepes de redacção. Como a senhora é nova deve ter lido aquilo num dos manuais da Ana Benavente e vai de o pôr em prática. Só que teve azar e saíu-lhe uma velha raposa que dot de ais e crosse de tis, que não conhece a Ana Benavente de lado nenhum e que achou que poder deve ser uma nobre e estimável alternativa a escrever textos pós-modernos de ejaculação precoce.

Mas o que me impeliu a escrever este pequeno post poi a poda generalizada com que a imprensa hoje nos brindou, uns dependendo a Céuzinha, outros achando que a piquena podia (aqui é mesmo podia) arranjar outra ocupação em vez de andar a poder o juízo aos outros. Eu acho que há um epeito benépico nisto tudo. Radicaliza-se a semântica mas ganha-se em conteúdo. Não creio, por exemplo, que o “estou-me a cagar de Perro Rodrigues” tenha a elegância ponética e a sonoridade trauteante de Pilipe Scolari. De resto, Scolari parece ser mais inteligente e diz melhor. O “estou-me a cagar” do ex secretário do PS é escatológico é onomatopaicamente ridículo (reparem “tou-ma-ca-gar” remete-nos de imediato para o pungagá da bicharada) e, sobretudo, cheira mal. Esteticamente também não é nada que se compare a uma boa poda. Portanto, viva Scolari e o resto que se pôda.

Este post deve ser lido, até aqui, seguindo a exemplificação de Dupont dizendo a Dupond como se soletrava uma determinada palavra: - “With a P, like in Philadelphia”. Entenderão melhor o sentido da coisa e este foi um subterfúgio a que recorri pois ainda tenho uma filha jovem que de vez em quando me lê o blog.

Para terminar e falando ainda das magnas questões nacionais, queria deixar aqui lavrado o meu protesto contra Filipe Vieira. Eu sou lagarto mas não é essa condição que me remete para esta críticas. Temos de ser justos. Pinto da Costa, que jamais usou de pressões, declarações incendiárias, guarda-costas ou incitamentos à violência, vê-se, de repente, confrontado com um aprendiz de feiticeiro que podia muito bem estar calado, já tinha a casa cheia e escusava de se prestar a esta farsa dos bilhetes para o jogo. Porque é assim (este “é assim” está a caír em desuso, já só se ouve no barbeiro...). O Porto está em baixo de forma e corre sérios riscos de perder o jogo. Pinto da Costa percebeu a coisa a tempo e mandou aquela boca que correu o território nacional, segundo a qual “só hoje decidimos se bámos estar em Lisboa ou não, debido aos riscos inerentes”. Ele sabe que se não vier é punido com uma derrota. Mas se o comando da PSP decidir hoje às 19:00 que não estão reunidas as condições de segurança, o jogo pura e simplesmente não se realiza, por decisão do Ministério de tutela e o F.C.Porto não sofre a derrota. Pois é... Filipe Vieira ainda tem de aprender muito!

Uma última notinha e desculpem-me eu hoje estar a dar-me para as grandes questões nacionais. Eu que até “sou mais bolos...”A Elsa Raposo chora numas Termas com pena de não estar na “Quinta”. Por mim, Elsa Raposo já e em força. Acho a piquena interessante e não é justo que o Frotinha jogue apenas em duas frentes. Há que aumentar o número de frentes, mesmo até de retaguardas, sob pena de qualquer dia estarmos todos fartos de ver as beldades a ordenhar vacas e o Vêvê a dizer que o povo de Amarante pode contar com ele. Porque a verdade é que o concurso já começou para aí há uma semana e ainda está tudo vestido... com aquela brilhante excepção do Vôvô Avelino em boxers azuis. E eu arriscaria ainda que furo, furo mesmo, era mandar para lá o Famel Foguete, vulgo Louçã, e fechá-lo numa sala com uma galinha e uma vaca. E era vê-lo no dia seguinte com um ovo na mão : - “Fui eu, fui eu, fui eu, fui eu” ! Podia ser que a vaca se chatiasse e reclamasse a maternidade do ovo ou que a galinha achasse que deveria pôr ordem naquilo tudo e chamasse o Scolari que gritasse um “vássifódê” generalizado e acabasse tudo na cama. Ou melhor, no palheiro. Era êxito garantido.

2 Comments:

At 7:06 da tarde, Blogger Nada de novo na frente ocidental disse...

Tou nessa. Voto no Famel Foguete para a Qinta, já! Ainda vamos a tempo de ver a vaca, seja ela qual for, de direita ou de esquerda, que nestas coisas vai a dar ao mesmo, por-lhe um ovo na testa e rir-se, depois da galinha. Que espanto, ahnn? De antologia. E o, como se chama o menino...menina?! Castelo de qualquer coisa, amuado por não ter sido ele a pôr o ovo? Eheheh

 
At 9:39 da tarde, Blogger Nelson Reprezas disse...

Quanto ao Zé Castelo Branco, presumo que quem leva os ovos lá para casa é a Betty, ou Betsy. Ele limita-se a chocá-los... :)

 

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