terça-feira, dezembro 06, 2016

Crescimento do consumo pelo aumento do produto



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A geringonça é uma bem-aventurança dos portugueses. Não há jornal ou revista que não se esgalgue a fazer capas com múltiplas “boas notícias”. As boas notícias podem ser as coisas mais banais e incríveis, desde um aluno que foi o melhor num concurso qualquer, ao número de mortos na estrada que diminuiu, ao aumento do consumo dos portugueses via multibanco, passando pelos pacotes de férias esgotados para o Natal em países de sol, praia e alegria de viver. Os hotéis estão igualmente lotados de gente que vai sentar-se em mesas fartas e na paz do Senhor. São primeiras páginas atrás de primeiras páginas com as benesses da geringonça. Que nos fez "desausteridizados" e felizes por termos nascido.

Hoje é o papel higiénico. A Renova aumentou a sua capacidade de produção e lá foi Costa botar faladura. Como de costume, com o sorriso alarve que o caracteriza e o verbo típico de que não fosse ele e a Renova não investiria a ponta de um chavo. Por mim, apetece-me dizer que a renovação da fábrica deve estar na razão directa da necessidade, pela merda que a criatura tem feito. E perdoe-se-me a vulgaridade da expressão mas tenho ainda na retina o sorriso do homem a falar do investimento, do progresso, da confiança e da tranquilidade. Não ouvi mais porque ele acaba sempre naquele estilo chocarreiro a falar de Passos Coelho e eu já não consigo ouvir mais.


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