terça-feira, outubro 04, 2016

Trágico e absurdo





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Eu acho tudo isto trágico e absurdo. Ou absurdo e trágico... o que quer que apeteça dizer primeiro. Uns calhordas que andaram 4 anos a dizer que o governo estava apostado em empobrecer a paróquia passam agora a vida a inventar impostos. E com o Costa a rir. Centeno também, mas com um riso mais amarelo, que o homem é meio tímido. Iam virar a página e afinal a página resume-se a um défice que tem de ser mantido, mesmo que não haja dinheiro para papel higiénico nos hospitais ou giz nas escolas. Iam reverter os “desmandos” da PAF, desde a TAP aos transportes em geral e aí estão eles sem saber bem o que se passa na TAP e com várias carruagens de metro paradas por falta de peças, enquanto multidões se acotovelam nas estações para obter uns pedaços de cartolina que acabaram, não se sabe bem porquê. Um défice que servia para tiradas assanhadas “à la Jorge Sampaio” que concluía que havia vida para além do défice e que agora serve para percebermos que há défice para além da vida de todos nós. 

Os tais calhordas embarcam então num grupo de “engraçadinhas” (o termo nem é meu, não costumo referir-me assim a mulheres) que no fundo fazem um joguete do sorridente Costa e nos põem a todos à mercê dos seus fluxos hormonais. Que, entre outras coisas, acham que podem e devem meter o nariz em tudo   o que lhes aprouver. Sem que alguém tenha a benevolência de lhes dar opções de onde e como podem meter o nariz, em vez de o meterem em nós.

No meio disto tudo, os jornais e TV’s continuam a funcionar num registo igualmente absurdo. Enquanto vão apontando defeitos e problemas e vão chamando geringonça à geringonça, não vá pensar-se que eles são situacionistas, vão actuando num frémito de proselitismo de nos levar à náusea. É difícil de explicar mas, e isto é um pequeno exemplo, ainda hoje li na primeira página do DN que a esquerda voga em águas tranquilas e a direita à procura de um rumo. E continua: Um ano depois do princípio do fim do arco da governação. PSD e CDS, vencedores das eleições, vivem com mais problemas do que a esquerda. Crescimento e investimento público abaixo do previsto não chegam pra abafar BE e PCP, num acordo que só a Europa pode fazer tremer.

Isto é absolutamente extraordinário. No fundo, a mensagem que se pretende passar é que apesar de tudo o povo está com a geringonça e que o PSD e CDS estão cheiinhos de problemas porque mesmo com todos os indicadores negativos o povo é socialista e solidário com as esquerdas. Só falta dizer que é estúpido, mas quase que o dizem e se o dissessem, o povo, distraído, não reparava. E, assim sendo, apenas a maléfica Europa, com a Merkeliana personagem da Cruella à cabeça, poderá fazer tremer a coligação.

É demais para os meus níveis de tolerância. E não entendo, repito, não entendo, como é possível manter esta situação. Sobretudo em dias como hoje em que lemos coisas como esta.

E.T. Entre o princípio e o fim deste post fiquei a saber que o governo estuda mais um imposto. Desta vez é a chamada fat tax, que abrange tudo o que é doce, salgado, gordo, indigesto e outras maldades ao nosso corpo, incluindo os refrigerantes. O que é fantástico é a geringonça anunciar estas coisas num estilo que dá o aspecto de que não nos estão a extorquir dinheiro mas sim a tratar-nos da saúde. À boa maneira socialista.

É o sufoco, é o shock final.


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