sábado, agosto 20, 2016

Um biquini para a Câncio e uma passagem de férias, rapidamente e em força.



[5434]

A f. pertence a um grupo selecto de gente que se eriça de cada vez que se bule com  a tradição islâmica e inicia um processo capcioso de argumentação em que mistura liberdade com laicismo, liberdades, respeito, democracia, reaccionarismo e, em última e inevitável análise, com o «fassismo» que atormenta as mentes iluminadas que o vêem em tudo o que mexe.

Presta-se aqui a f., como alguns elementos da nossa atenta, veneradora e obrigada comunicação social, a um exercício retórico que mais não pretende que objurgar os mentores das últimas medidas contra o burqini porque isso contende com as liberdades e o respeito pelas tradições de outrem. Chega mesmo a considerar a proibição do burqini como histeria, perseguição e xenofobia disfarçadas de laicidade e feminismo. Não o faz por menos.

Se não houvesse argumentos sólidos e honestos para contradizer a f., bastaria dizer-lhe que o uso do burqini, mais do que seguir uma tradição é uma opressão machista sobre a mulher, menor e parideira, como ela deve ser nestas sociedades e um meio de clara provocação dos decadentes infiéis.

E olhe f., aqui as mulheres de burqini são impedidas de estar na praia e multadas. O que configura uma matriz que poderia ser comparada com o que lhe fariam a si se a f. usasse um bikini numa praia de uma pais islâmico. É uma questão de experimentar e, se se safar, poderá depois escrever uma crónica bonitinha como esta que produziu num momento de enlevo politicamente correcto.

Nota: A talhe de foice, entrei uma vez num avião comercial em Rihad com destino a Londres. O avião era da BA. Logo, território inglês no seu interior. Ainda o avião estava em terra e era um corrupio de jovens a correr para as casas de banho do avião e tirar aquelas roupas que só deixam ver as mãos e a cara e substitui-las por T. shirts e jeans. Umas patuscas aquelas saudis.


*
*

Etiquetas: ,