sexta-feira, julho 22, 2016

To be or not to be



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Longe de mim ter a veleidade de ser professor de inglês de alguém. Por outro lado, ser ou não ser fluente em inglês não é nada que acrescente ou reduza a dignidade de quem quer que seja. E, registe-se, a língua inglesa é hoje falada por uma apreciável fatia da população portuguesa. E, naturalmente, por vezes comete-se erros de interpretação já que, sabemo-lo também, as chamadas «traduções à letra» têm rasteiras a que nem sempre escapamos.

Acontece que um jornalista tem de ter mais cuidado. E nem sempre aquilo que parece, é. Ferreira Fernandes, um conhecido jornalista do Diário de Notícias foi descuidado e traduziu um I let him speak de Trump referindo-se ao discurso de Ted Cruz por um deixei-o falar. E este deixei-o falar prestou-se a uma exercício de opiniões sobre Trump e seus correligionários que poderiam (e deveriam) ter sido evitadas se FF percebesse que este I let him talk tem um sentido muito diferente. Trump queria dizer qualquer coisa como ele que fale para ali… estou-me nas tintas para o que ele disser… qualquer coisa por aí. E não um deixei-o falar no sentido de autorizei-o a falar. Isso teria exigido o uso do verbo to allow, no tempo adequado, no caso, o pretérito.

Portanto e sem embargo das opiniões que se possa ter sobre Trump, que isso não seja pelo facto de ele se arvorar em manda-chuva que deixa ou proíbe os outros de falar. O que, a ser o caso, espoleta logo uma cascata de comentários á la mode de chez nous



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