To be or not to be
Longe de mim ter a veleidade de ser professor de inglês de alguém.
Por outro lado, ser ou não ser fluente em inglês não é nada que acrescente ou
reduza a dignidade de quem quer que seja. E, registe-se, a língua inglesa é
hoje falada por uma apreciável fatia da população portuguesa. E, naturalmente,
por vezes comete-se erros de interpretação já que, sabemo-lo também, as
chamadas «traduções à letra» têm rasteiras a que nem sempre escapamos.
Acontece que um jornalista tem de ter mais cuidado. E nem
sempre aquilo que parece, é. Ferreira Fernandes, um conhecido jornalista do Diário de Notícias foi descuidado e traduziu um I let him speak de Trump referindo-se
ao discurso de Ted Cruz por um deixei-o falar. E este deixei-o falar prestou-se
a uma exercício de opiniões sobre Trump e seus correligionários que poderiam (e
deveriam) ter sido evitadas se FF percebesse que este I let him talk tem um
sentido muito diferente. Trump queria dizer qualquer coisa como ele que fale
para ali… estou-me nas tintas para o que ele disser… qualquer coisa por aí. E
não um deixei-o falar no sentido de autorizei-o a falar. Isso teria exigido o
uso do verbo to allow, no tempo adequado, no caso, o pretérito.
Portanto e sem embargo das opiniões que se possa ter sobre Trump,
que isso não seja pelo facto de ele se arvorar em manda-chuva que deixa ou proíbe
os outros de falar. O que, a ser o caso, espoleta logo uma cascata de
comentários á la mode de chez nous…
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Etiquetas: comunicação social, Donald Trump, língia inglesa
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