sábado, julho 30, 2016

E é isto



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Começa a ser uma questão de higiene não deixar a TV ligada em roda livre, Usá-la só quando quisermos ouvir alguma coisa especificamente é fundamental para mantermos o nosso equilíbrio psíquico em boa condição. Ou arriscamo-nos a estar distraídos, com a TV aberta e apanhar com alguns dos incontáveis comentadores do fenómeno do terrorismo islâmico dizer alarvidades em torrente. Ainda agora tive de ouvir, sem querer e sem me precaver, mais um jornalista do Expresso e um professor qualquer dizer as parvoíces do costume. Antes de desligar, ainda ouvi o tal professor dizer que o ocidente está a pagar o preço de não ter sabido integrar os emigrantes. Chiça, que é demais. Não há resistência para semelhante cretinismo. Par além do desrespeito absoluto destes intelectualóides pelas vítimas de toda esta tragédia.

Nota: Mudei de estação e acabei agora de ouvir que os quatro invasores da pista do aeroporto da Portela são argelinos. Certamente gente que não foi bem integrada e que, segundo as notícias que estão a ser dadas, saíram do avião da TAP proveniente de Argel e fugiram pista fora porque não queriam passar na emigração. Eles lá saberão porquê. Entretanto, mais um comentador vai dizendo, a talhe de foice, que lá por serem argelinos não temos que começar já a pensar tratar-se de terroristas. Temos que ter cuidado em não generalizar. E acrescentou que Trump está a agravar o clima de medo. E que há cristãos que estão a organizar-se para uma guerra com o Islão. Que há emigrantes integrados, como o mayor de Londres. Que a radicalização é feita em jovens sem emprego ou que andam pelos cafés de Bruxelas. E que o recrudescimento dos ataques terroristas não tem nada a ver (ia jurar que o homem disse não tem “nada a haver”, mas não garanto…) com a onda migratória de 2015… juro, eu ouvi tudo isto assim, quase de seguida e sem anestesia. E é isto.


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