Os patetas e os sonsos
A forma como os socialistas se apressam a assenhorear-se do
conteúdo do discurso do novo Presidente da República diz bem da indigência cultural
e má consciência socialistas. Tudo o que se relaciona com feridas para sarar, consensos,
paz, solidariedade, pontes, alargamento de opiniões é cirurgicamente aproveitado para
uma colagem descarada a um conjunto de fenómenos que não só são alheios à génese
socialista como, pelo contrário, são estrategicamente utilizados.
É confrangedor verificar como os socialistas brandem aquelas
bandeiras e se arvoram em vítimas dos neoliberais (um palavrão que muitos deles
conhecem apenas de ouvir falar) que nunca se prestaram ao consenso, Ainda ontem
uma conceituada pivô da SIC, Clara de Sousa de sua graça, perguntava, convicta
e segura, a José Matos Correia se não achava que quando Marcelo falava em sarar
feridas, consensos e beijinhos não estaria a fazer uma crítica velada ao PSD e
ao CDS. Matos Correia, com paciência e bonomia explicou-lhe, polidamente, que
não, pelo contrário, era bom que as pessoas soubessem que nunca o PS, no Poder,
se prestou a qualquer tipo de consenso ou a sarar feridas. De resto, feridas
que eles próprios se empenham em provocar e infectar. Já na oposição, retomava
a ladainha. E o que é grave é que ladainha convence as Claras de Sousa e
correlativos. Ou não… e passamos a estar perante um bando de sonsos.
Em qualquer dos casos é lamentável esta patética demonstração
de «marcelismo» que vai combater aquilo que os socialistas, eles próprios,
diligente e irresponsavelmente provocaram.
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Etiquetas: delícias do socialismo, estados de alma, presidenciais
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