O atrevimento de Marcelo pensar de uma maneira diferente do resultado de um referendo
Acabo por ver vários debates dos nossos candidatos. Em todos
eles a conversa redonda de sempre, com a saudável excepção do candidato
Henrique Neto que sabe do que fala e é suficientemente independente para dizer
umas verdades com sequência e em português escorreito.
Mas não quero deixar de registar um pormenor que me provocou
uma acentuada repulsa e, simultaneamente, uma espécie de resignada constatação
pela forma como esta rapaziada da chamada esquerda continua a achar serem fiéis
depositários da democracia. Não aceitando, em circunstância alguma, que as
opiniões e convicções de cada um possam ser divergentes das deles. Talvez isso,
noutras épocas, explique o degredo, os campos de concentração e o sumário assassinato
de milhões de pessoas excedentárias ao pensamento correcto que deverá fazer de
nós gente como deve ser.
Isto a propósito de Marisa Matias ter insistido, com turbulência, no facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter uma convicção contrária ao resultado do referendo sobre o aborto. Bem tentou Marcelo explicar à excitada
candidata que uma coisa são as convicções, outra, bem diferente, o
posicionamento que um Presidente da República deve ter no respeito pela opinião
popular expressa em votos. E de cada vez que ele tentava explicar isto a Marisa
ela insistia, convulsa: - Ah! Mas a sua convicção é contrária ao resultado do
referendo.
Ninguém me contou, eu vi e ouvi… e uma vez mais concluí que esta
gente tem uma relação muito difícil com a liberdade, talvez mesmo impossível. E
é isso que me faz sumariamente desprezá-los.
*
*
Etiquetas: a esquerda excitada, esquerda assanhada
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home