terça-feira, janeiro 05, 2016

O atrevimento de Marcelo pensar de uma maneira diferente do resultado de um referendo


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Acabo por ver vários debates dos nossos candidatos. Em todos eles a conversa redonda de sempre, com a saudável excepção do candidato Henrique Neto que sabe do que fala e é suficientemente independente para dizer umas verdades com sequência e em português escorreito.

Mas não quero deixar de registar um pormenor que me provocou uma acentuada repulsa e, simultaneamente, uma espécie de resignada constatação pela forma como esta rapaziada da chamada esquerda continua a achar serem fiéis depositários da democracia. Não aceitando, em circunstância alguma, que as opiniões e convicções de cada um possam ser divergentes das deles. Talvez isso, noutras épocas, explique o degredo, os campos de concentração e o sumário assassinato de milhões de pessoas excedentárias ao pensamento correcto que deverá fazer de nós gente como deve ser.

Isto a propósito de Marisa Matias ter insistido, com turbulência, no facto de Marcelo Rebelo de Sousa ter uma convicção contrária ao resultado do referendo sobre o aborto. Bem tentou Marcelo explicar à excitada candidata que uma coisa são as convicções, outra, bem diferente, o posicionamento que um Presidente da República deve ter no respeito pela opinião popular expressa em votos. E de cada vez que ele tentava explicar isto a Marisa ela insistia, convulsa: - Ah! Mas a sua convicção é contrária ao resultado do referendo.

Ninguém me contou, eu vi e ouvi… e uma vez mais concluí que esta gente tem uma relação muito difícil com a liberdade, talvez mesmo impossível. E é isso que me faz sumariamente desprezá-los.

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