Abram alas
Da mesma forma que a comunicação social «fritou» Seguro em
lume brando, até deitar o unto fora com o pobre lá dentro, tenta agora fazer o
mesmo com Passos Coelho. Não será, provavelmente, com a mesma facilidade, mas
inegavelmente o tenta. As razões porque o faz é que, pelo menos para mim, não
são bem claras. Não acredito que todos os jornalistas se perfilem laboriosa e
freneticamente à condição menor de boy, o que me preocupa ainda mais. Porque
remete para a consolidação da ideia de que uma considerável parte dos
jornalistas são mesmo estúpidos ou, numa versão mais benévola, estão a enlouquecer
aos bocadinhos. Porque queimar Passos para emular Costa, um indivíduo
claramente limitado do ponto de vista técnico, intelectual e ético, cuja única
virtude parece ser o seguimento canino das estratégias e idiossincrasias do seu
antigo chefe, não pode ser considerado uma atitude inteligente e, muito menos,
moral.
Ainda hoje as notícias do Público (um jornal já reconhecidamente indecoroso)
sobre as «Legislativas 2015» eram de que Passos não pediu desculpa nem mostrou números,
Passos e Portas travados por lesados do BES e professores, Costa diz que a Troika
só vai embora quando este governo acabar (sem link, parece que esgotei os
artigos a que tenho direito sem assinatura), assim como parece ter-se tornado
verdade que foi o PSD que chamou a Troika, e não o PS no dia 6 de Abril de
2011, depois de Teixeira dos Santos ter percebido que para esse mês (ou para o
seguinte) já não havia dinheiro para salários nem pensões, uma situação aviltante
que permanecerá na minha memória. Hoje, muitos portugueses acreditam
genuinamente que a culpa de tudo isto foi do PSD e não do PS e das loucuras e
actos venais de Sócrates.
Espero, genuinamente, que o PAF ganhe as eleições. Não porque
tenha uma particular simpatia quer por Passos quer por Portas, mas porque hei
de reconhecer que ambos protagonizaram uma legislatura de excepcional
dificuldade, incluindo um declarado antagonismo da CS e de um grupelho de
descontentes, como Ferreira Leite, Pacheco, Júdice, Capucho e, até, o astuto Marcelo, de um grupo mais ou menos psitacídeo como Ana Lourenço, Adão e Silva, Costa Pinto, Adão e Silva, Pedro Marques Lopes, Clara Ferreira Alves, Constança Cunha e Sá e mais uns quantos, tendo ainda assim conseguido reverter um situação caótica que nos foi legada
por um aventureiro perigoso, suspeito mesmo que um sociopata provinciano que,
alegadamente, delapidou, a riqueza nacional em seu proveito. E relançado a economia e a boa imagem internacional, coisas que só podem tornar-me satisfeito.
A tragédia é que, ao que parece, a pantomina continua e se
ouve os aplausos de muita gente. Pelo que, se o PS ganhar as eleições, não
temos que nos queixar senão de nós próprios. E os que não batem palmas à passagem da procissão de orates que por aí vai, aqueles
que conseguem manter-se cingidos aos factos incontornáveis à frente do nariz,
seremos apelidados de fassistas ou, numa versão benévola, de idiotas mais ou
menos mal informados e com a pobreza de espírito própria dos incultos e dos
obscuros.
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Etiquetas: Ai Portugal
1 Comments:
O que será que o fulano anda a fumar?
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