sexta-feira, janeiro 02, 2015

Todos os dias



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Isto é quase todos os dias. Não falta muito para se começarem a ouvir as vozes do costume (provavelmente ainda em ressaca do champanhe do fim do ano) a clamar contra a Itália em particular e a União Europeia em geral, apontando as deficientes condições e eficiência em resgatar estes infelizes. O que eu não ouvirei, porque nunca ouvi antes, será vozes que vituperassem os líderes e as políticas que originam estes movimentos maciços de refugiados que diariamente tentam chegar à Europa. Mesmo debochada, laica, imperialista, decadente e amoral. Pelo contrário, não tardará uma versão revista e renovada do coro do costume onde nem o Papa, lesto, se furtou a acusar as autoridades e as instituições europeias, clamando mesmo por vergonha, num passado recente.

Que o novo ano traga algum bom senso a esta situação trágica e que se ponha em prática meios persuasivos firmes (não sei quais, mas os líderes políticos têm obrigação de saber), que aliviem este drama. E já agora que não excluam a evidente possibilidade de no meio de tantos infelizes viajarem agentes de uma bem organizada urdidura terrorista, prontos a colaborar na extirpação e aniquilamento dos cães infiéis. Sei que dá trabalho e originará a berraria da clientela do costume, mas talvez não fosse, de todo, despiciendo.

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