Todos os dias
Isto é quase todos os dias. Não falta muito para se começarem a ouvir as vozes do costume (provavelmente ainda em ressaca do
champanhe do fim do ano) a clamar contra a Itália em particular e a União
Europeia em geral, apontando as deficientes condições e eficiência em resgatar
estes infelizes. O que eu não ouvirei, porque nunca ouvi antes, será vozes que
vituperassem os líderes e as políticas que originam estes movimentos maciços de
refugiados que diariamente tentam chegar à Europa. Mesmo debochada, laica,
imperialista, decadente e amoral. Pelo contrário, não tardará uma versão revista e renovada do coro do costume onde nem o
Papa, lesto, se furtou a acusar as autoridades e as instituições europeias,
clamando mesmo por vergonha, num passado recente.
Que o novo ano traga algum bom senso a esta situação
trágica e que se ponha em prática meios persuasivos firmes (não sei quais, mas os
líderes políticos têm obrigação de saber), que aliviem este drama. E já agora que não
excluam a evidente possibilidade de no meio de tantos infelizes viajarem agentes
de uma bem organizada urdidura terrorista, prontos a colaborar na extirpação e
aniquilamento dos cães infiéis. Sei que dá trabalho e originará a berraria da
clientela do costume, mas talvez não fosse, de todo, despiciendo.
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Etiquetas: coisas más, mundo cão, refugiados
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