Coisas de primos
Eu sei que os grandes conflitos radicam em questões
familiares. Segundo a «narrativa», até a 1ª guerra mundial resultou do facto de
dois primos andarem ao estalo.
No fundo, o status mantém-se nos anais da história e hoje
verificamos como o azedume entre dois primos direitos esfrangalha um império financeiro
e empresarial de 145 anos e coloca em risco os interesses de dez milhões de
portugueses.
A esquerda insiste em achar que este tipo de conflitos tem
uma raiz ideológica, porque provinda de um caldo capitalista muito propício a
estas coisas. Nada de mais errado. Estes conflitos relevam de vaidades,
invejas, ganância, espelhos mágicos e, não menos importante, de matérias de
cueca tout court. Para além de que o capitalismo possibilita o escrutínio
destes desmandos, enquanto o socialismo os tranca a sete chaves, sendo que
entre os socialistas também há vaidosos, invejosos, gananciosos, espelhos
mágicos e também abunda a cueca. É bom, portanto, que a esquerda não atire
pedras ao telhado do vizinho.
Mas que me encanita eu e mais uns milhões andarmos ao sabor
dos humores de primos desavindos, irmãs que precisam de ajuda e cuecas avulso,
lá isso encanita.
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Etiquetas: BES, brincar com coisas sérias
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