As alforrecas comichosas e a defesa intransigente dos cidadãos
Há três sólidos dias que as televisões cumprem o
sacrossanto dever de tratar os portugueses como criancinhas a quem se diz para
pôr o boné porque está muito sol, não vá eles começarem a deitar sangue pelo
nariz. É a pressão do politicamente correcto, eu sei, é a osmose reconfortante do Estado paizinho aos cidadãos, já meio infantilizados, da ideia de que o Estado não só
lhes guia o destino, como olha, com desvelo, por eles.
Daí a esta cena
dilacerante de estarmos a apanhar reportagens em contínuo sobre os banhistas
com comichão provocada pelas alforrecas, é um passo. Não faltando a variante,
científica, das microalgas, que já foram analisadas e são inofensivas, mas que
as televisões insistem em referir. Isto não exclui o português valentão que afirma
às reportagens, com firmeza e pundonor, que sabe das alforrecas mas vai ao
banho. Ele e os filhos. Mas que não lhes aconteceu nada, a água é que estava um
bocadinho fria. E nós, com algas inofensivas e alforrecas benignas continuamos
a ter praias de «colidade» e com o Estado a mandar-nos pôr o boné porque está
muito sol.
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Etiquetas: Estado social, Estado-providência, estados de alma
1 Comments:
KKKKKKKKKKK!
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