sexta-feira, julho 19, 2013

A juiz é que manda



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Que não nos sabemos governar nem deixamos que nos governem já o sabíamos, desde os romanos. Que tenhamos refinado ao longo dos séculos esta particularidade é que demonstra uma dinâmica letal. Pior do que isso, cava vez mais temos menos gente que está para nos aturar. E pagar as contas.

Este episódio do fecho da Maternidade Alfredo da Costa ilustra bem o que digo lá trás, já que configura um punhado de atitudes absolutamente estranhíssimas e intoleráveis. Um Ministério que tutela os hospitais e maternidades e que julga necessário fechar uma maternidade e que esbarra no mais surrealista dos cenários (agora diz-se surreal…). Trinta cidadãos acham que a MAC tem imensa tradição, excelência de tratamentos, que já lá nasceram 500.000 lisboetas, que o prédio é lindíssimo e não se pode fechar. Vai daí recorrem a um tribunal onde uma diligente juiz acha que eles têm muita razão e proíbe o ministério de fechar a maternidade. Vem ainda, escada abaixo, o bastonário da Ordem dos Médicos com a mais escavacada retórica, em defesa da providência cautelar e metendo-se até a afirmar que é por causa de atitudes como esta que o Ministério da Saúde tomou que estamos na difícil situação económica em que estamos.

Enfim, um rosário de vaidades, um ramalhete de imbecilidades e a cada vez mais arreigada noção de que este é mesmo um país de faz de conta. Onde os tribunais e os juízes, mesmo aqueles que não são designados pelos Partidos, como o Constitucional, metem o bedelho onde, na minha modesta opinião, não são chamados.
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1 Comments:

At 8:46 da tarde, Blogger Eu disse...

É mesmo um país de faz de conta... há pouco pensava exactamente isso: andamos a brincar aos países...

 

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