Nuvem branca
A vida tem destas coisas. Não te posso dar flores. Ou uma
jóia com a pureza dos diamantes. Não posso sequer oferecer-te um jantar mimento
e confortável, num restaurante com varanda solarenga, debruçada sobre o casario
de Lisboa, apetecido com as iguarias que gostas ou, sequer, um simples café, numa pastelaria acolhedora, com
uma daquelas tartelettes de maçã que adoras.
Pensei e resolvi dar-te uma nuvem. Branca como a candura do
teu espírito e fofa como o teu corpo. E vou soltá-la pelo ar, porque ela sabe o
caminho e tu sabes que ela não se engana nem se desvia um milímetro da trilha
que, afinal, é de ambos, nossa. Por isso, quando ao longo do dia sentires uma suave
carícia no corpo, foi a nuvem que te viu lá de cima e se desfez em mil
gotículas que te vão beijar a pele e desejar toda a felicidade do mundo. E
nessas gotículas, o único pouquinho de mim que te posso dar neste momento.
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Etiquetas: intimista
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