terça-feira, abril 16, 2013

Nuvem branca



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A vida tem destas coisas. Não te posso dar flores. Ou uma jóia com a pureza dos diamantes. Não posso sequer oferecer-te um jantar mimento e confortável, num restaurante com varanda solarenga, debruçada sobre o casario de Lisboa, apetecido com as iguarias que gostas ou, sequer, um simples café, numa pastelaria acolhedora, com uma daquelas tartelettes de maçã que adoras.

Pensei e resolvi dar-te uma nuvem. Branca como a candura do teu espírito e fofa como o teu corpo. E vou soltá-la pelo ar, porque ela sabe o caminho e tu sabes que ela não se engana nem se desvia um milímetro da trilha que, afinal, é de ambos, nossa. Por isso, quando ao longo do dia sentires uma suave carícia no corpo, foi a nuvem que te viu lá de cima e se desfez em mil gotículas que te vão beijar a pele e desejar toda a felicidade do mundo. E nessas gotículas, o único pouquinho de mim que te posso dar neste momento.
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