Comunicação esquerdacional
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A TSF é um caso arrumado. Já sabemos o que a casa gasta e só ouve quem quer. Das notícias às crónicas sobre turismo, dos «sinais» ao humor do «governo sombra», tudo, mas tudo ganhou, irremediavelmente, o sinete da esquerda inteligente, mesmo que chata, inconveniente, obsessiva e, frequentemente, idiota.
Agora é a SIC. Beber um copo de água naquela estação é, hoje, um acto político e como tal deve ser tratado. Uma criteriosa escolha de comentadores, «paineleiros», fazedores de opinião, politólogos, correspondentes, convidados e correlativos fazem o resto. E o resto é o manejo sábio duma pretensa esquerda, uma esquerda que já nem é esquerda nenhuma, é uma coisa assim mesclada, raiada de ética, inteligência, saber e superior estatuto moral que lhe confere o inalienável direito de impor aos mentalmente destituídos ou outros cidadãos degraçadamente infectados pela direita retrógrada, uma espécie de manual de conduta, uma coisa que nos norteie sobre como se deve viver, fazer e pensar.
Este pequenino desabafo vem a propósito da notícia sobre aquela desgraça sem nome que aconteceu na Noruega. Um maluco, um provável homúnculo de uma sociedade manipuladora como a de hoje, um assassino sem desculpa que não me inspiraria qualquer sentimento de piedade se o visse fritar numa cadeira eléctrica, resolveu matar 91 pessoas. Para mim, um homem que um dia acorda e resolve matar 91 pessoas é, definitivamente, maluco. Mas maluco a sério, sem direito a absolvição por razões psíquicas. Era metê-lo numa cela à espera que morresse ou, havendo pena de morte, dar-lhe uma injecção na veia e mandá-lo matar 91 pessoas para outra freguesia. Mas na SIC, as coisas fiam mais fino. Toda a notícia foi dada sob a repetição exaustiva de que o assassino… não, minto, não lhe chamavam assassino … o membro de uma organização de extrema direita era um fundamentalista, um nacionalista, um ultra-nacionalista (não percebi bem, deu-me ideia que se pode ser nacionalista, ultra é que não, e também ficou por definir onde começa o «ultra»…) tinha um cariz xenófobo e (não era só xenófobo) xenófobo-nacionalista. Não faltou mesmo uma entrevista a propos com um jornalista Cardoso que disse que a extrema direita estava cada vez a ficar mais perigosa e agressiva na Noruega e nos explicou os perigos a que estamos sujeitos nesta permissiva Europa...
Clara de Sousa, desta vez, recebeu uma encomenda meio chata. Teve de ler aquela ladainha toda ao dar a notícia. E os portugueses ficaram a saber que a Noruega é um país perigosíssimo, cheio de fundamentalistas, xenófobos, xenofobó-nacionalistas, extremistas de direita, que andam para lá a matar gente. Como é timbre, de resto, da extrema-direita quando acorda mal disposta. Para que se saiba, não vá a gente ter planeado lá ir neste Verão.
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A TSF é um caso arrumado. Já sabemos o que a casa gasta e só ouve quem quer. Das notícias às crónicas sobre turismo, dos «sinais» ao humor do «governo sombra», tudo, mas tudo ganhou, irremediavelmente, o sinete da esquerda inteligente, mesmo que chata, inconveniente, obsessiva e, frequentemente, idiota.
Agora é a SIC. Beber um copo de água naquela estação é, hoje, um acto político e como tal deve ser tratado. Uma criteriosa escolha de comentadores, «paineleiros», fazedores de opinião, politólogos, correspondentes, convidados e correlativos fazem o resto. E o resto é o manejo sábio duma pretensa esquerda, uma esquerda que já nem é esquerda nenhuma, é uma coisa assim mesclada, raiada de ética, inteligência, saber e superior estatuto moral que lhe confere o inalienável direito de impor aos mentalmente destituídos ou outros cidadãos degraçadamente infectados pela direita retrógrada, uma espécie de manual de conduta, uma coisa que nos norteie sobre como se deve viver, fazer e pensar.
Este pequenino desabafo vem a propósito da notícia sobre aquela desgraça sem nome que aconteceu na Noruega. Um maluco, um provável homúnculo de uma sociedade manipuladora como a de hoje, um assassino sem desculpa que não me inspiraria qualquer sentimento de piedade se o visse fritar numa cadeira eléctrica, resolveu matar 91 pessoas. Para mim, um homem que um dia acorda e resolve matar 91 pessoas é, definitivamente, maluco. Mas maluco a sério, sem direito a absolvição por razões psíquicas. Era metê-lo numa cela à espera que morresse ou, havendo pena de morte, dar-lhe uma injecção na veia e mandá-lo matar 91 pessoas para outra freguesia. Mas na SIC, as coisas fiam mais fino. Toda a notícia foi dada sob a repetição exaustiva de que o assassino… não, minto, não lhe chamavam assassino … o membro de uma organização de extrema direita era um fundamentalista, um nacionalista, um ultra-nacionalista (não percebi bem, deu-me ideia que se pode ser nacionalista, ultra é que não, e também ficou por definir onde começa o «ultra»…) tinha um cariz xenófobo e (não era só xenófobo) xenófobo-nacionalista. Não faltou mesmo uma entrevista a propos com um jornalista Cardoso que disse que a extrema direita estava cada vez a ficar mais perigosa e agressiva na Noruega e nos explicou os perigos a que estamos sujeitos nesta permissiva Europa...
Clara de Sousa, desta vez, recebeu uma encomenda meio chata. Teve de ler aquela ladainha toda ao dar a notícia. E os portugueses ficaram a saber que a Noruega é um país perigosíssimo, cheio de fundamentalistas, xenófobos, xenofobó-nacionalistas, extremistas de direita, que andam para lá a matar gente. Como é timbre, de resto, da extrema-direita quando acorda mal disposta. Para que se saiba, não vá a gente ter planeado lá ir neste Verão.
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Etiquetas: comunicação social, cretinismo militante
2 Comments:
não é só em questão de verão e calores que somos farinha do mesmo saco ;)
Ana
E há coisas que nem precisas de dizer para se perceber de que farinha és feita :)))))
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