Talvez fosse de ir um pouco mais atrás

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Realmente é espantosa a convicção dos jovens de que o Estado tem a obrigação de lhes arranjar emprego quando acabam os seus cursos. E isso viu-se bem ontem em algumas intervenções dos «enrascados».

Mas talvez fosse de pensar que esta rapaziada anda pelo menos desde os dez anos vivendo uma dinâmica apropriada a este estado de espírito. Foi-lhes incutida exactamente esta ideia pela frisa de socialistas no poder que transmitiram à grei essa noção. De que o Estado tinha essa obrigação. Desde curar-nos a esfoladela no joelho até pagar-nos as licenciaturas e, consequentemente, arranjar-nos emprego, de preferência criando uma legião de funcionários públicos a fazerem não se sabia bem o quê.

Esta dinâmica soou bem ao português que, de repente, se viu inchado de direitos e deixou de perceber o que era isso de deveres, responsabilidades e a inércia em movimento de um módico exigível de empreendorismo para um jovem moderno e do mundo global. O resultado está aí à vista. Pelo que, antes de se condenar a juventude à rasca, deveríamos lembrar-nos de algumas sinistras figuras, superiores, iluminadas, que quando perceberam que com muros de Berlim não iam lá, acharam que há muitas formas de se apanhar moscas. Uma delas, mentir e enganar, despudoramente, as pessoas, com tiradas jactantes e absolutamente irresponsáveis (não foi, Dr. Jorge Sampaio, apenas para citar um do batalhão, com especiais responsabilidades na matéria?).

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